Haddad descarta recessão no Brasil: Como a guerra EUA x China pode beneficiar a economia brasileira?

Em meio às tensões globais causadas pela guerra tarifária entre Estados Unidos e China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (23/04/2025) que não enxerga risco de recessão no Brasil. Suas declarações foram feitas durante o evento CNN Talks – Especial CNN Money: Pulso Econômico | As Novas Regras do Jogo, que reuniu autoridades e especialistas para debater os rumos da economia.
A posição do governo brasileiro sobre a guerra comercial
Haddad destacou que, apesar dos impactos negativos da disputa entre as duas maiores economias do mundo, o Brasil não está em risco iminente de recessão. Ele argumentou que as tarifas mútuas impostas por EUA e China desorganizam as cadeias produtivas globais, mas acredita que esse cenário não se sustentará a longo prazo.
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A guerra comercial afeta diretamente o comércio global, mas o Brasil pode se beneficiar com o aumento das exportações para ambos os países.
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O governo demonstra confiança na capacidade de adaptação da economia brasileira a cenários externos turbulentos.
Oportunidades para o Brasil
Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enxergam a disputa como uma chance para ampliar as exportações brasileiras. Lula, em declaração na terça-feira (22/04), reforçou que o Brasil não deve escolher lados, mas sim manter relações comerciais sólidas com ambos os países:
"Eu quero vender e comprar. Não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Quem tem que ter preferência são os meus empresários que querem negociar."
- O Brasil busca diversificar seus parceiros comerciais, reduzindo dependência de um único mercado.
- A postura pragmática do governo pode atrair investimentos e fortalecer acordos bilaterais.
Riscos globais e impactos indiretos
Embora o ministro afirme que o Brasil está em uma posição relativamente segura, ele reconhece que uma escalada do conflito poderia gerar instabilidade mundial, afetando indiretamente a economia brasileira.
- Crises internacionais podem influenciar o preço de commodities e o fluxo de investimentos estrangeiros.
- O governo precisa monitorar de perto as negociações entre EUA e China para evitar surpresas desfavoráveis.
Reformas e planejamento econômico
O evento também discutiu medidas estruturais para fortalecer a economia, como a reforma tributária e a modernização do Estado. Participaram do debate o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, destacando a necessidade de consenso político para avançar em agendas econômicas.
- Reformas são essenciais para aumentar a competitividade do Brasil no cenário global.
- A cooperação entre governo, legislativo e setor privado é crucial para garantir estabilidade.
Fernando Haddad transmitiu uma mensagem de otimismo cauteloso, reforçando que o Brasil tem condições de navegar pela guerra comercial sem entrar em recessão. No entanto, o cenário exige atenção contínua e estratégias comerciais inteligentes para aproveitar oportunidades e minimizar riscos.
Enquanto o mundo acompanha as tensões entre EUA e China, o Brasil busca se posicionar como um player global flexível, priorizando crescimento econômico e parcerias diversificadas. A próxima fase dependerá tanto da evolução do conflito quanto das políticas adotadas internamente para sustentar a confiança dos investidores.