Limitação de juros no rotativo do cartão de crédito: Estímulo ao controle financeiro ou risco de endividamento?
A recente limitação dos juros do rotativo no cartão de crédito, estabelecendo um teto de 100% do valor original da dívida, é uma medida que gera controvérsias. Especialistas divergem sobre os possíveis impactos dessa restrição, trazendo à tona discussões sobre o controle financeiro pessoal e o acesso ao crédito.
Importância e Relevância:
A limitação dos juros do rotativo não apenas impacta diretamente o comportamento financeiro dos consumidores, mas também tem implicações significativas na oferta de crédito, renegociação de dívidas e na dinâmica do mercado financeiro como um todo. As divergências de opinião destacam a complexidade e a importância de medidas regulatórias equilibradas para promover um ambiente financeiro saudável e acessível.
Estímulo ao endividamento:
Beatriz Aguillar, educadora financeira, alerta para a possibilidade de a limitação dos juros do rotativo se tornar um estímulo ao endividamento. A restrição do crédito pode levar alguns consumidores a ignorar dívidas menores, o que, por sua vez, pode aumentar a inadimplência.
Oferta de crédito mais cautelosa:
A especialista destaca que a medida pode resultar em uma oferta de crédito mais cautelosa por parte dos bancos. Limitar o acesso ao cartão de crédito com limites elevados pode ser uma estratégia adotada pelas instituições financeiras, visando evitar riscos maiores de inadimplência.
Impactos na renegociação:
A limitação dos juros também pode impactar os processos de renegociação. A ausência de juros elevados pode levar os bancos a adotarem abordagens mais incisivas na cobrança de dívidas em atraso, tornando a renegociação potencialmente menos favorável aos devedores.
Alternativas financeiras:
Beatriz Aguillar sugere a busca por alternativas com juros mais baixos, como crédito consignado ou empréstimo pessoal. Destaca que mesmo com a limitação, os juros de 100% ainda são considerados elevados, e a diversificação nas opções de crédito pode ser uma estratégia mais vantajosa.
Nota: A medida, embora busque proteger os consumidores, apresenta desafios e implicações que exigem monitoramento e possível aprimoramento no futuro.
Apesar das preocupações levantadas pelos especialistas, a medida recebe apoio de entidades de varejo e serviços, que comemoram a vigência do teto nos juros do rotativo. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) expressa cautela, mencionando o risco de estímulo à inadimplência, enquanto entidades de varejo defendem a relação positiva entre parcelamento sem juros e a redução da inadimplência, solicitando um marco regulatório pelo Banco Central.