Pacote econômico de Haddad: Mudanças no salário, abono e imposto de renda para economizar R$ 327 bilhões
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou, em coletiva de imprensa realizada em 28 de novembro de 2024, um conjunto de medidas para reduzir os gastos públicos em R$ 327 bilhões
até 2030. O pacote, que ainda depende de aprovação no Congresso, busca cumprir as exigências do novo arcabouço fiscal.
Medidas principais
1. Salário mínimo
- Alteração: O crescimento real será limitado a 2,5% ao ano, mantendo ganhos acima da inflação.
- Impacto: Reduz a expansão do piso salarial em comparação com a regra anterior, que considerava a variação do PIB de dois anos.
2. Abono salarial
- Nova regra: Direito restrito a quem ganha até R$ 2.640 (1,5 salário mínimo), com correção anual pela inflação.
- Projeção: Ajustes graduais até 2035.
- Impacto: Reduz o número de beneficiários, antes limitado a quem recebia até dois salários mínimos.
3. Aposentadoria de militares
Cortes de benefícios: Extinção da transferência de pensão e da “morte ficta”.
Novas regras:
- Contribuição ao Fundo de Saúde de 3,5%.
- Estabelecimento de idade mínima para aposentadoria.
- Economia anual: Cerca de R$ 2 bilhões.
4. Educação
Medidas:
- Incorporação do programa Pé de Meia ao orçamento da Educação a partir de 2026.
- Reserva de 20% dos recursos da União para o Fundeb, ampliando a escola em tempo integral.
- Objetivo: Reduzir gastos e melhorar a qualidade da educação básica.
5. Imposto de renda
Mudanças previstas para 2026:
- Isenção para rendas até R 5 mil (atualmente R 2.824).
- Alíquota reduzida para rendas até R$ 7.500.
- Nova alíquota mínima de 10% para rendas acima de R$ 50 mil.
- Limitação da isenção por razões de saúde para quem ganha até R$ 20 mil.
- Manutenção das deduções de gastos com saúde.
- Compensação fiscal: Garante neutralidade na arrecadação, com ajustes para rendas mais altas.
Importâncias e relevâncias
- **Redução de gastos públicos: **Fundamental para alcançar as metas do arcabouço fiscal.
- Equidade tributária: Reformas no imposto de renda promovem maior justiça fiscal, com maior carga para os mais ricos.
- Impactos sociais: Medidas afetam diretamente os mais vulneráveis, incluindo beneficiários do abono e programas educacionais.
- Desafios políticos: Necessidade de aprovação pelo Congresso pode gerar impasses.
O pacote econômico reflete uma tentativa de equilibrar as contas públicas enquanto mantém o foco na justiça fiscal. Embora a economia projetada seja expressiva, as medidas têm implicações sociais que exigem atenção, especialmente para grupos vulneráveis. A implementação das mudanças depende de articulações políticas, sendo essencial acompanhar o desenrolar dessas discussões no Congresso para entender seus reais impactos no cotidiano dos brasileiros.