Transparência fiscal: O valor crucial de exibir esforço mesmo com déficit em 2024, segundo Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em uma entrevista à Veja, ressaltou a importância crucial de o governo brasileiro demonstrar um comprometimento sólido em direção ao equilíbrio fiscal, mesmo que o déficit nas contas federais não seja zerado até 2024. Em sua declaração,
Campos Neto destacou diversas razões pelas quais essa abordagem é relevante:
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Confiança nos Mercados: Mostrar esforço para reduzir o déficit, mesmo que não seja alcançado um equilíbrio completo, aumenta a confiança dos mercados e investidores na solidez das políticas econômicas do país.
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Transparência Fiscal: A transparência na comunicação sobre os esforços do governo gera clareza quanto às intenções e ações, reduzindo incertezas e especulações.
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Credibilidade Internacional: A demonstração de um compromisso firme em relação ao ajuste fiscal pode melhorar a credibilidade do Brasil perante investidores estrangeiros e agências de classificação de risco.
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Tempo para Ajustes: Campos Neto aponta que demonstrar esforço permite ao governo ganhar tempo para implementar medidas eficazes de ajuste, sem pressões imediatas para atingir um déficit zero.
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Reavaliação dos Gastos: O presidente do Banco Central também enfatizou a importância de revisar e otimizar os gastos públicos, um passo crucial para garantir a sustentabilidade financeira a longo prazo.
Campos Neto reconheceu as incertezas que cercam a capacidade do governo de efetuar um ajuste fiscal eficaz. Ele elogiou os esforços da equipe econômica e destacou que, mesmo que o déficit não seja completamente eliminado, é essencial que o governo demonstre empenho em direção ao equilíbrio fiscal.
A postura de Campos Neto revela que, para alcançar uma estabilidade financeira duradoura, é fundamental que o governo não apenas busque medidas fiscais, mas também seja transparente sobre seus esforços. Essa abordagem não só inspira confiança nos mercados e investidores, mas também fornece espaço necessário para reformas graduais e efetivas. Nesse caminho, a reavaliação dos gastos emerge como uma peça crucial no quebra-cabeça da recuperação econômica sustentável do Brasil.