Maníaco do Parque – Serial killer brasileiro em True Crime chega ao Prime - Confira
O filme Maníaco do Parque, dirigido por Maurício Eça e escrito por L.G. Brandão, foi o longa de encerramento do Festival do Rio 2024. A produção, que estreou no Prime Video em 17 de outubro de 2024, retrata a história real de Francisco, o conhecido "Maníaco do Parque", que, em 1998, aterrorizou São Paulo ao assassinar mulheres em um parque. A narrativa é centrada na repórter Elena, interpretada por Giovanna Grigio, que busca seu lugar em um ambiente jornalístico dominado por homens.
Contexto histórico
O ano de 1998 foi marcado por grandes transformações no Brasil, com discussões sobre a economia e a iminência do milênio. Ao mesmo tempo, um assassino em série, desconhecido da mídia e da polícia por um longo tempo, se destacava por suas ações brutais. Esse cenário formou o pano de fundo para a construção da trama do filme, que entrelaça ficção e realidade.
A personagem principal
Elena, uma jovem repórter, se depara com uma informação crucial sobre o desaparecimento de mulheres no Parque do Estado. Através de sua busca por reconhecimento em um ambiente machista, ela se vê envolvida na investigação de um crime hediondo que revela a complexidade do papel da mídia em situações de violência.
Temas abordados
O filme não apenas narra a história do Maníaco do Parque, mas também oferece uma crítica social sobre a responsabilidade da imprensa ao reportar crimes. A protagonista questiona práticas jornalísticas que glorificam criminosos, propondo uma reflexão sobre a ética da cobertura de crimes violentos.
Crítica ao filme
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Conforme destacado por André Zuliani do Omelete, Maníaco do Parque se apoia no ativismo para mascarar uma ficção insossa. Embora a atuação de Silvero Pereira como o serial killer Francisco seja elogiada, o filme carece de uma narrativa clara que o torne memorável. O roteiro confunde as motivações de Elena e de Francisco, levando a uma representação que não faz jus à gravidade dos eventos.
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Elena, embora idealizada como uma representação das mulheres que enfrentaram a cobertura do caso, não consegue encontrar seu espaço em uma história que muitas vezes se perde na curiosidade do público sobre a era dos anos 1990. A falta de profundidade na narrativa é uma das principais críticas, já que o filme, apesar de suas boas intenções, falha em se destacar como uma referência em true crime no Brasil.
Produção e estética
- O filme utiliza uma trilha sonora que inclui clássicos como Charlie Brown Jr. e Nirvana, que ajudam a estabelecer o tom da época. As cenas de violência são tratadas com sutileza, evitando uma representação gráfica, focando mais na tensão psicológica e nas consequências dos atos.
Maníaco do Parque se destaca como uma obra que vai além do mero entretenimento. Ao entrelaçar a narrativa de um serial killer com críticas à mídia e reflexões sociais, o filme proporciona um espaço para discussões importantes sobre ética e responsabilidade na cobertura jornalística. A atuação de Giovanna Grigio, combinada com a direção sensível de Maurício Eça, resulta em uma experiência cinematográfica que ressoa não apenas com os fatos históricos, mas também com os desafios contemporâneos enfrentados por jornalistas e pela sociedade em geral. No entanto, como obra de ficção, deixa a desejar e não se firma como referência nas adaptações de true crime do Brasil, mostrando que o ativismo pelas vítimas não se traduz em uma narrativa cinematográfica eficaz.