Assassinatos de líderes do Hezbollah e Hamas: Netanyahu arrisca uma guerra regional para sua sobrevivência política?
Os recentes assassinatos de Fuad Shukr, líder militar do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, atribuídos a Israel, têm gerado grande preocupação sobre a possibilidade de uma guerra regional mais ampla. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, parece estar arriscando essa escalada do conflito como uma forma de assegurar sua sobrevivência política.
Contexto e Desenvolvimento dos Eventos
Assassinato de Fuad Shukr:
- O líder militar do Hezbollah, Fuad Shukr, foi morto em Beirute, Líbano. Este evento é parte das trocas de acusações entre Israel e o Hezbollah que ocorrem desde outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, resultando em uma resposta pesada de Israel em Gaza.
- Este assassinato ocorreu em plena luz do dia, desafiando as repetidas solicitações dos EUA e outros países ocidentais para que Israel não atacasse a capital libanesa.
Assassinato de Ismail Haniyeh:
- O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em Teerã, Irã. Israel não reivindicou oficialmente a responsabilidade, seguindo sua prática habitual.
- Este ataque foi significativo porque violou a soberania do Irã e ocorreu durante um momento sensível para o regime iraniano, que se preparava para comemorar a nomeação de um novo presidente.
Resposta do Hezbollah e do Irã:
- O Hezbollah, em particular, é esperado para retaliar o assassinato de Shukr. A questão é como e quando essa retaliação ocorrerá e se levará a um conflito mais amplo.
- O Irã, após a morte de Haniyeh, pode responder de várias formas, seja diretamente ou através de seus representantes, como o Hezbollah.
Implicações Políticas Internas em Israel
Fragilidade do Sistema Político:
- Israel está enfrentando grandes desafios ao seu sistema político e ao estado de direito, exacerbados pela guerra em Gaza.
- Há divisões internas significativas, com membros de extrema direita do governo de Netanyahu buscando abertamente mudar o sistema político e desafiar a estrutura de comando das forças armadas.
Motivações de Netanyahu:
- Críticos sugerem que Netanyahu está tomando decisões arriscadas, como autorizar os assassinatos, principalmente para manter-se no poder.
- Seu apoio depende de partidos de extrema direita que defendem uma postura mais agressiva contra o Hezbollah e o Irã.
Impacto na Opinião Pública:
- A opinião pública israelense, em grande parte, apoia a postura agressiva contra o Hezbollah, apesar dos riscos de uma guerra total.
- Netanyahu pode estar contando com o fato de que, até o momento, o Irã e o Hezbollah não demonstraram um desejo por uma guerra em grande escala.
A situação atual é extremamente volátil, com a região do Oriente Médio à beira de uma possível guerra regional. As ações de Netanyahu, motivadas por sua sobrevivência política, aumentam o risco de escalada do conflito. As respostas do Hezbollah e do Irã aos assassinatos recentes serão cruciais para determinar se essa escalada levará a uma guerra total. A instabilidade política interna em Israel e as tensões crescentes na região indicam um período de grande incerteza e potencial conflito, que poderia ter consequências devastadoras tanto para Israel quanto para seus adversários regionais.