O impacto da posse de Donald Trump no Brasil: Expectativas e repercussões
Dia 20 de janeiro, Donald Trump retorna à Casa Branca para assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. A posse será histórica, com o republicano se preparando para assinar mais de 100 medidas logo após o juramento, às 14h (horário de Brasília). Esse volume de ações imediatas já chama a atenção, e a equipe de Trump trabalhou para garantir que tudo esteja pronto. O cerimonial até cogitou a possibilidade de instalar uma mesa no Capitólio, onde ocorrerá a cerimônia, mas é mais provável que o presidente despache diretamente do Salão Oval, seu escritório oficial.
Relações comerciais e econômicas
- Política protecionista: Trump tem sinalizado a retomada de políticas protecionistas, incluindo o aumento de tarifas sobre produtos importados. Isso pode afetar as exportações brasileiras para os EUA, especialmente em setores como aço e alumínio.
- Valorização do Dólar: A expectativa é de que o dólar se valorize frente ao real, impactando empresas brasileiras que dependem de insumos importados e aumentando os custos operacionais.
Política ambiental e Amazônia
- Menor pressão internacional: Com a postura menos enfática dos EUA em relação às questões ambientais, o Brasil pode enfrentar menos pressão para combater o desmatamento na Amazônia. No entanto, isso também pode resultar em críticas internacionais sobre a preservação ambiental.
Política externa e geopolítica
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Alianças estratégicas: A presença de líderes de extrema-direita na posse de Trump, como Santiago Abascal (Espanha), Javier Milei (Argentina) e Giorgia Meloni (Itália), indica uma possível aproximação entre o Brasil e esses países, dada a afinidade ideológica.
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Relações com a China: A política externa dos EUA sob Trump pode afetar a dinâmica comercial global, impactando as relações do Brasil com a China, seu principal parceiro comercial. O Brasil precisará equilibrar suas relações com essas potências para proteger seus interesses econômicos.
Política interna brasileira
Polarização política: A reeleição de Trump pode intensificar a polarização política no Brasil, especialmente entre apoiadores e opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que compartilha afinidades ideológicas com Trump. A ausência de Bolsonaro na posse, devido a restrições judiciais, pode acirrar ainda mais esse ambiente.
Deportações e impacto regional
- Brasileiros nos EUA: Cerca de 230 mil brasileiros indocumentados podem ser alvos de deportação.
- Impactos econômicos locais: Regiões como Governador Valadares, em Minas Gerais, podem sofrer economicamente com a redução das remessas de dinheiro enviadas por migrantes.
Big Techs, STF e liberdade de expressão
A volta de Donald Trump ao poder, agora com aliança explícita com bilionários como Elon Musk (dono do X) e Mark Zuckerberg (CEO da Meta), promete um impacto significativo na regulação das redes sociais.
- Desregulamentação global: A postura do governo Trump vai na contramão das políticas de regulação defendidas pelo governo Lula e pelo STF, que buscam coibir fake news.
- Conflito com Alexandre de Moraes: O ministro Alexandre de Moraes foi alvo de críticas após decisões que incluíram a suspensão temporária do X no Brasil. Musk cumpriu as decisões judiciais, mas criticou publicamente uma suposta violação da liberdade de expressão.
- Pressão sobre o STF: O setor de tecnologia pode se unir para pressionar o Brasil, potencialmente colocando a Suprema Corte sob escrutínio internacional. Políticos como Marco Rubio já manifestaram preocupação com as ações de Moraes, mencionando-as como exemplo negativo.
A posse de Donald Trump apresenta desafios e oportunidades para o Brasil. É essencial que o país adote uma postura estratégica, equilibrando suas relações comerciais, políticas e ambientais para proteger seus interesses nacionais em um cenário internacional em constante mudança.