Pablo Marçal inelegível por 8 anos: Entenda as acusações, polêmicas e o impacto na política
O influenciador digital e empresário Pablo Marçal (PRTB), que concorreu à prefeitura de São Paulo em 2024, foi declarado inelegível por 8 anos. A decisão judicial de primeira instância foi tomada em 21 de fevereiro de 2025 e se baseia em acusações de abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação e captação ilícita de recursos. Marçal ainda pode recorrer da decisão.
Motivo da inelegibilidade
A punição de Pablo Marçal ocorreu por conta de um vídeo publicado em setembro de 2024, no qual ele oferecia apoio a candidatos a vereador mediante doações via Pix de R$ 5 mil
para sua campanha. O juiz responsável pelo caso, Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, entendeu que a prática caracterizou:
1.
Abuso de poder político: uso das redes sociais para disseminar fake news sobre o fundo partidário e propaganda negativa contra adversários.
2.
Abuso de poder midiático: utilização de sua influência digital para distorcer o eleitorado, colocando-se como vítima.
3.
Captação ilícita de recursos: tentativa de disfarçar a venda de apoio político como uma simples doação, prática proibida pela legislação eleitoral.
O caso foi levado à justiça eleitoral por ações movidas pelos partidos PSB e PSOL, siglas dos ex-candidatos à prefeitura Tabata Amaral e Guilherme Boulos.
Posicionamento de Marçal e defesa
Pablo Marçal negou irregularidades e afirmou, por meio de sua assessoria, que gravou diversos vídeos apoiando candidatos sem qualquer contrapartida financeira. Ele garantiu que todos os valores recebidos foram devidamente declarados na prestação de contas à justiça eleitoral e que sua defesa apresentará recurso contra a condenação.
Outros processos e controvérsias
Além da inelegibilidade, Marçal responde a cinco ações na justiça eleitoral. Dentre elas:
- Esquema de remuneração por cortes de vídeos: usuários eram pagos para editar e divulgar trechos de vídeos que gerassem grande engajamento.
- Divulgação de laudo falso: durante a campanha, Marçal publicou um documento afirmando que Boulos teria procurado ajuda médica após uso de cocaína. A informação foi desmentida por perícia da polícia civil, e Marçal teve a conta suspensa no Instagram. A campanha de Boulos chegou a pedir sua prisão por essa prática.
- Agressão de Datena: durante um debate eleitoral, o jornalista José Luiz Datena (PSDB) lançou uma cadeira contra Marçal, após o influenciador citar uma acusação de assédio contra ele.
Resultados da eleição e planos futuros
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Na eleição municipal de 2024, Marçal ficou em terceiro lugar, com 28,14% dos votos, atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e do vencedor Ricardo Nunes (MDB). Sem tempo de TV devido ao pequeno porte do PRTB, ele dependia majoritariamente de doações para financiar sua campanha.
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Mesmo após a derrota, Marçal declarou que continuará ativo na política, prometendo atuar pelos próximos 12 anos e reforçando sua intenção de concorrer à presidência da República em 2026.
A inelegibilidade de Pablo Marçal por 8 anos representa um capítulo importante na fiscalização do processo eleitoral brasileiro. O caso reforça a necessidade de transparência e ética na captação de recursos e no uso de influência digital em campanhas políticas. Com um histórico de polêmicas e processos judiciais, o futuro político de Marçal dependerá da tramitação dos recursos na justiça, mas sua intenção de continuar na política sugere que a decisão ainda poderá gerar novos desdobramentos.