Petróleo na Amazônia: Estratégia política de Lula para 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta desafios políticos e econômicos em meio à queda de sua popularidade. Para fortalecer alianças estratégicas e garantir apoio no Congresso, Lula tem defendido a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, movimento que pode impactar diretamente as eleições de 2026.
Queda de popularidade e necessidade de alianças
- Redução da aprovação: pesquisas do Datafolha indicam que a aprovação do governo caiu de 35% para 24%, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%.
- Alianças estratégicas: Lula busca apoio no Congresso para garantir governabilidade e viabilizar sua reeleição.
- Papel de Davi Alcolumbre: o presidente do Senado (União-AP) se tornou uma figura central, podendo facilitar ou barrar projetos prioritários do governo.
- Evento no Amapá: ao defender a exploração de petróleo na região, Lula tenta agradar Alcolumbre e políticos locais, mas gera preocupações ambientais.
A Foz do Amazonas e o impacto da exploração de petróleo
- Região estratégica: localizada a 500 km da costa do Amapá, a Foz do Amazonas faz parte da Margem Equatorial, área rica em reservas petrolíferas.
- Pobreza no Estado: o Amapá tem 33% da população em extrema pobreza, acima da média nacional de 27,5%, tornando a exploração uma possível fonte de desenvolvimento econômico.
- Restrições ambientais: o Ibama suspendeu as pesquisas devido a preocupações com o impacto ecológico. Cientistas alertam para danos irreversíveis ao ecossistema.
- Pressão política: Alcolumbre e outros políticos do Amapá defendem a liberação da exploração, argumentando que a economia local não pode ser prejudicada por regras ambientais externas.
Lula e a estratégia do "milagre do pré-sal"
- Repetindo uma narrativa vitoriosa: Lula busca reeditar o discurso do pré-sal, que nos seus primeiros governos foi apresentado como uma oportunidade de crescimento econômico.
- Apoio no Norte e Nordeste: a aposta na Margem Equatorial pode atrair eleitores dessas regiões, fundamentais para sua campanha em 2026.
- Posicionamento na Petrobras: Lula reforça a defesa da estatal contra privatizações e busca fortalecer laços com trabalhadores do setor petrolífero.
O cálculo político para 2026
- Alcolumbre como aliado essencial: o União Brasil tem sete senadores e 59 deputados, podendo ser decisivo para a aprovação de reformas como a tributária e o ajuste fiscal.
- Fortalecimento no Amapá: embora o Estado tenha apenas 571 mil eleitores, Lula quer garantir mais votos. Em 2022, venceu no primeiro turno, mas perdeu no segundo.
- Riscos políticos e ambientais: a decisão pode gerar críticas de ambientalistas e repercussões internacionais, especialmente entre países que cobram compromissos ambientais do Brasil.
A defesa da exploração de petróleo na Foz do Amazonas é uma estratégia política de Lula para consolidar alianças e fortalecer sua base eleitoral para 2026. Embora a medida possa garantir apoio no Congresso e impulsionar o desenvolvimento econômico do Amapá, enfrenta oposição de ambientalistas e pode gerar conflitos diplomáticos. O governo terá que equilibrar interesses políticos, econômicos e ambientais para definir o futuro dessa questão.