Putin agradece a Lula e Brics por esforços de paz: Cessar-fogo na Ucrânia em negociação com EUA

No dia 13 de março de 2025, o presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma coletiva de imprensa ao lado do líder de Belarus, Alexander Lukashenko, onde abordou a proposta de cessar-fogo no conflito com a Ucrânia. Durante o evento, Putin agradeceu publicamente ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e a outros líderes dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) por seus esforços em busca de uma solução pacífica para a guerra. O discurso de Putin destacou a importância do diálogo internacional e a complexidade das negociações para alcançar uma paz duradoura.
O contexto do conflito e a proposta de cessar-fogo
A guerra entre Rússia e Ucrânia completa três anos em 2025, com origens que remontam à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Desde fevereiro de 2022, o conflito se intensificou, resultando em milhares de mortes e deslocamentos. A proposta de cessar-fogo, inicialmente elaborada por Brasil e China durante a cúpula dos Brics em Kazan (Rússia) em outubro de 2024, incluía medidas como a não expansão do campo de batalha, aumento da ajuda humanitária e a realização de uma conferência internacional de paz. Apesar de elogiada por Putin, a proposta foi rejeitada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a considerou vaga e sem ações concretas.
O agradecimento de Putin aos Brics e a Lula
Putin reconheceu o papel dos líderes dos Brics, incluindo Lula, o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia e o presidente da África do Sul, por dedicarem tempo e esforços para resolver a crise. Ele destacou que a atividade desses líderes visa uma "missão nobre": acabar com as hostilidades e evitar mais perdas humanas. Esse agradecimento reforça a importância dos Brics como um bloco de influência global, capaz de mediar conflitos internacionais e promover a cooperação entre nações emergentes.
A posição da Rússia e os desafios para o cessar-fogo
Putin afirmou que a Rússia está aberta a um cessar-fogo, mas ressaltou a necessidade de discutir os termos detalhadamente com os Estados Unidos, autores da proposta. Ele levantou questões práticas, como quem decidiria sobre violações do acordo e como garantir a implementação ao longo dos 2.000 km de fronteira entre Rússia e Ucrânia. Essas "nuances", segundo Putin, precisam ser estudadas meticulosamente para evitar falhas no processo. A fala do líder russo sugere que, embora ele apoie a ideia de paz, há preocupações logísticas e estratégicas que precisam ser resolvidas.
A reação da Ucrânia e a pressão dos Estados Unidos
A Ucrânia, por sua vez, já havia aceitado a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos em 11 de março, após forte pressão do governo de Donald Trump. No entanto, Zelensky classificou as declarações de Putin como "manipuladoras", acusando o líder russo de criar precondições que tornariam o acordo impossível. Zelensky também criticou a abordagem de Lula em relação ao conflito, afirmando que propostas genéricas não são suficientes para resolver a crise. A tensão entre Ucrânia e Rússia permanece alta, com ambos os lados acusando-se mutuamente de não estarem verdadeiramente comprometidos com a paz.
A importância do papel dos Brics e do Brasil
O agradecimento de Putin a Lula e aos Brics destaca o papel do Brasil e de outras nações emergentes na mediação de conflitos globais. O Brasil, sob a liderança de Lula, tem buscado posicionar-se como um ator neutro e promotor da paz, defendendo soluções diplomáticas e multilaterais. A proposta conjunta com a China durante a cúpula dos Brics em 2024 é um exemplo dessa postura. No entanto, a rejeição da Ucrânia e as críticas de Zelensky mostram os desafios de se alcançar consensos em um conflito tão complexo e polarizado.
O discurso de Putin em 13 de março de 2025 reflete a complexidade das negociações para um cessar-fogo na Ucrânia. Enquanto a Rússia demonstra abertura ao diálogo, questões práticas e divergências políticas dificultam o avanço das negociações. O agradecimento a Lula e aos Brics ressalta a importância de nações emergentes na busca por soluções pacíficas, mas também evidencia as limitações de propostas que não contam com o apoio de todas as partes envolvidas. A guerra na Ucrânia continua sendo um dos maiores desafios geopolíticos do século XXI, exigindo esforços coordenados e compromissos reais para alcançar uma paz duradoura.