Resumo do debate para a prefeitura de São Paulo na TV Record - 28/09/2024
Na noite do dia 28 de setembro de 2024, ocorreu um acalorado debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo na TV Record, marcado por trocas de acusações, polêmicas e tensões que já haviam sido vistas em eventos anteriores. O debate reuniu os principais candidatos da corrida eleitoral, incluindo Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). O evento foi o primeiro encontro após o incidente de um soco nos bastidores do debate anterior, e, apesar do pedido de desculpas de Marçal, o clima continuou tenso.
Troca de acusações e pedidos de desculpa
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O foco do debate foi, em grande parte, nas acusações direcionadas a Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto. Pablo Marçal, que esteve no centro de uma briga no debate anterior, trouxe à tona a questão dos supostos desvios de verba na merenda escolar durante o mandato de Nunes. Marçal, sem utilizar os apelidos pejorativos que havia usado anteriormente, acusou Nunes de envolvimento em esquemas de corrupção, lembrando que 117 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em investigações relacionadas às merendas das creches da cidade. Embora Nunes não tenha sido indiciado, a PF solicitou a abertura de inquérito contra o atual prefeito, que nega qualquer irregularidade.
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Marçal, em tom de provocação, pediu que Nunes explicasse a situação, ao que o prefeito respondeu de forma enfática, acusando Marçal de ser um "mentiroso contumaz" e fazendo referência a uma condenação de Marçal, em 2010, por envolvimento em esquemas de roubo de contas bancárias.
Ataques a Nunes e Boulos
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Nunes também foi alvo de outros candidatos. Marina Helena questionou o prefeito sobre uma suposta denúncia relacionada ao aluguel de carros durante sua campanha, mas Nunes afirmou não saber do que se tratava e reiterou que sua vida pública sempre foi pautada pela honestidade.
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Datena, em sua vez, aproveitou para criticar a gestão de Nunes, focando na segurança pública. Ao perguntar a Tabata Amaral sobre o tema, Datena sugeriu que a cidade está fora de controle e que o prefeito teria utilizado recursos de forma inadequada.
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Boulos, por sua vez, enfrentou questionamentos de Tabata Amaral e Marina Helena. Tabata lembrou das mudanças de posição do candidato em temas como a legalização das drogas e do aborto, além de sua visão sobre a Venezuela. Marina, por outro lado, ressaltou divergências entre Boulos e o PSOL, seu partido. Boulos respondeu dizendo que essas questões não são relevantes para a vida dos paulistanos e criticou a gestão de Nunes, sugerindo que a propaganda da prefeitura criava uma imagem distante da realidade vivida pela população.
Questões pessoais e ironias
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Um dos momentos mais comentados foi quando Marçal mencionou o número de urna de Boulos, insinuando que o candidato do PSOL teria o número "13", associado ao PT. Boulos corrigiu a afirmação, esclarecendo que seu número é "50" e que sua candidatura tem o apoio do presidente Lula e da ex-prefeita Marta Suplicy.
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No final do debate, Marçal foi punido pelo mediador por ter chamado Boulos de "Boules", em uma referência à linguagem neutra usada em atos de campanha. Marçal pediu desculpas, mas perdeu 30 segundos de seu tempo de fala nas considerações finais.
Questões de segurança e logística do debate
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Dada a tensão entre os candidatos e o episódio de agressão no debate anterior, a TV Record tomou medidas de segurança rígidas. Cada candidato teve uma entrada escalonada na emissora, sem contato com os demais até o início do debate. Houve detectores de metais para os assessores e seguranças, e a segurança foi reforçada dentro do estúdio, com dez seguranças da emissora e o direito de cada candidato a ter um segurança próprio.
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O marqueteiro de Nunes, Duda Lima, que foi agredido por um assessor de Marçal no debate anterior, compareceu ao evento, mas seu agressor, Nahuel Medina, estava proibido de se aproximar por ordem judicial.
Principais acusações e respostas dos candidatos
Pablo Marçal
- Envolvimento de Nunes em desvios de merenda
- Nunes negou as acusações, mencionando um histórico limpo
Ricardo Nunes
- Passado judicial de Marçal em casos de fraude
- Marçal negou as acusações e chamou Nunes de mentiroso
Tabata Amaral
- Mudança de posicionamento de Boulos sobre aborto e drogas
- Boulos defendeu-se, acusando Tabata de trazer questões irrelevantes
Marina Helena
- Divergências entre Boulos e seu partido, PSOL
- Boulos afirmou que as acusações não são relevantes para a vida dos eleitores
"Atacar e desmerecer o oponente não constrói nada; é uma arma de covardes para passar a falsa imagem de superioridade. Todos os candidatos querem ganhar, mas o que o eleitor deve ter em mente é até que ponto eles estão dispostos a ir para vencer. Promessas vazias e ataques pessoais são sinais de fraqueza, não de liderança. Fazer política é fácil, mas liderar com responsabilidade e transparência é o que realmente importa. A pergunta que fica é: essa é a pessoa que você quer apoiar, alguém que ataca para vencer, ou alguém que entrega soluções concretas e honestas?"
O debate de sábado reafirmou a polarização da disputa pela prefeitura de São Paulo, com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos sendo os principais alvos dos adversários. As acusações e trocas de farpas entre os candidatos trouxeram à tona questões polêmicas que podem influenciar a reta final da campanha, como a gestão de verbas públicas, segurança e as divergências de posicionamento político. A eleição se aproxima, e o eleitorado paulistano será decisivo ao avaliar as propostas e o histórico de cada candidato.