Alzheimer: Pode e deve ser prevenido desde a infância
A doença de Alzheimer é uma condição neurológica que afeta a memória, o raciocínio e as relações familiares, tendo um impacto significativo na vida dos pacientes e de seus entes queridos. A data de 21 de setembro é marcada como o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer, estabelecida pela OMS em 1994, para promover a divulgação de informações sobre a doença. No Brasil, desde 2008, esta data também é celebrada como o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. A seguir, apresentaremos uma análise abrangente sobre como a doença pode ser prevenida desde a infância e a relevância de diversas ações para reduzir o risco.
Importância e Relevância
- Prevenção desde a infância: A prevenção da doença de Alzheimer pode e deve começar desde a infância. A baixa escolaridade, um dos fatores de risco identificados, pode ser mitigada com uma educação formal robusta, que promove a "reserva cognitiva" necessária para lidar com lesões neurológicas futuras.
- Fatores de risco modificáveis e não modificáveis: Identificar e agir sobre fatores de risco modificáveis, como perda auditiva, hipertensão, e inatividade física, é crucial para reduzir o risco de desenvolvimento da doença.
- Estudos e Pesquisa: O estudo da Lancet Commission e o projeto de pesquisa Finger fornecem evidências significativas de que intervenções precoces e monitoramento contínuo podem reduzir substancialmente o risco de demência.
Tabela de fatores de risco modificáveis
Abaixo estão listados os principais fatores de risco modificáveis para a demência, de acordo com a comissão da Lancet, e sua porcentagem atribuível ao risco:
Fatores de Risco | Percentual de Risco |
---|---|
Baixa escolaridade | 7,7% |
Perda auditiva | 7,6% |
Hipertensão | 7,6% |
Traumatismo cranioencefálico | 4,2% |
Álcool | 3,8% |
Obesidade | 2,7% |
Tabagismo | 2,5% |
Depressão | 2,4% |
Isolamento social | 2,2% |
Inatividade física | 2,0% |
Poluição do ar | 1,9% |
Diabetes | 1,8% |
Oportunidades de Prevenção
- Educação e Saúde Pública: Melhorias na educação básica e na saúde pública são essenciais para a prevenção. A baixa escolaridade está frequentemente associada a um nível socioeconômico mais baixo e a uma menor qualidade de saúde e nutrição.
- Intervenções personalizadas: O estudo Finger demonstrou que a supervisão contínua e a intervenção personalizada, como acompanhamento médico e treinamento cognitivo, podem melhorar significativamente o desempenho cognitivo.
- Ações individuais: Adotar hábitos saudáveis ao longo da vida, como exercícios físicos regulares, controle da pressão arterial e manutenção de uma dieta equilibrada, é vital para a prevenção da demência.
A prevenção da doença de Alzheimer deve ser uma preocupação contínua e abrangente, iniciando desde a infância e se estendendo ao longo da vida. As evidências sugerem que ações preventivas eficazes podem reduzir o risco de demência em até 40%. É essencial disseminar informações e promover a implementação de medidas preventivas tanto a nível individual quanto por meio de políticas públicas. Com a combinação de educação, intervenções específicas e uma abordagem proativa, é possível melhorar a qualidade de vida e reduzir a prevalência da doença.