Autismo: Os primeiros sinais se revelam nas primeiras semanas de vida
Um estudo inovador conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale revelou alterações cruciais que emergem nas primeiras semanas do desenvolvimento cerebral, associadas ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), também conhecido como autismo. A pesquisa envolveu a criação de "organoides cerebrais", minúsculas estruturas similares ao cérebro, derivadas de células-tronco de 13 crianças diagnosticadas com autismo, incluindo aquelas com a condição de macrocefalia, caracterizada pelo aumento do tamanho da cabeça.
As principais descobertas incluem:
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Relação entre Macrocefalia e Autismo: O estudo revelou uma conexão entre o tamanho do cérebro e a prevalência do autismo. Crianças com autismo e macrocefalia apresentaram crescimento excessivo de neurônios excitatórios, enquanto aquelas com autismo sem essa condição exibiram um déficit desses neurônios.
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Potencial Diagnóstico Precoce: Identificar o crescimento anormal de neurônios excitatórios pode ter um potencial significativo para um diagnóstico mais precoce do autismo. Isso é crucial, já que os sintomas geralmente só se manifestam entre 18 e 24 meses após o nascimento.
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Novas Perspectivas de Tratamento: As descobertas podem abrir portas para identificar casos de autismo que poderiam se beneficiar de medicamentos já existentes, originalmente destinados a tratar distúrbios relacionados à atividade excessiva de neurônios excitatórios, como a epilepsia.
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Apoio na Conscientização: Compreender os mecanismos neurobiológicos subjacentes ao autismo contribui para uma conscientização mais ampla da condição, promovendo a compreensão e empatia em relação às pessoas com autismo.
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Potencial Impacto na Qualidade de Vida: A detecção precoce e a possibilidade de direcionar tratamentos específicos podem melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo, permitindo intervenções mais eficazes em fases mais precoces do desenvolvimento.
Detectar sinais precoces de autismo pode ser fundamental para garantir um diagnóstico oportuno e proporcionar intervenções eficazes para o desenvolvimento saudável da criança.
Observações que podem ser um alerta:
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Pouco Contato Visual: Se a criança evita olhar nos olhos ou parece não responder ao olhar direto, isso pode ser um sinal de autismo.
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Falta de Interação Social: Dificuldade em se envolver ou interagir com outras pessoas, mostrando pouco interesse em brincar ou compartilhar experiências.
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Dificuldade em Atenção Compartilhada: A criança pode ter dificuldade em compartilhar atenção e interesse por objetos ou atividades com outras pessoas.
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Atraso na Fala: Um atraso significativo no desenvolvimento da fala, em comparação com crianças da mesma idade.
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Comunicação Não-Verbal Limitada: Falta de gestos ou expressões faciais para se comunicar, como acenar ou apontar.
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Comportamentos Sensoriais Incomuns: Reações intensas a estímulos sensoriais, como irritação excessiva a sons altos ou sensibilidade ao toque.
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Brincadeiras Solitárias e Específicas: Preferência por brincadeiras solitárias e foco excessivo em partes específicas de brinquedos, ignorando o jogo social.
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Alterações na Comunicação entre Hemisférios Cerebrais: Fique atento a possíveis sinais de alterações na comunicação entre os hemisférios cerebrais, como dificuldades na coordenação ou movimentos.
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Observar Mudanças de Comportamento: Esteja atento a quaisquer mudanças significativas no comportamento da criança, como regressões ou perda de habilidades já adquiridas.
Lembrando que cada criança é única, e a presença de um ou mais desses sinais não necessariamente indica autismo. No entanto, se houver preocupações persistentes ou múltiplos sinais se manifestando, é aconselhável procurar avaliação médica e orientação de um profissional de saúde especializado em desenvolvimento infantil. O diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem fazer uma diferença positiva significativa na qualidade de vida e no desenvolvimento da criança.