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sábado, 23 de setembro de 2023 às 10:24 GMT+0

Cigarros eletrônicos: Mitos e Verdades

No Brasil, apesar da proibição estabelecida pela Anvisa desde 2009, os cigarros eletrônicos estão em ascensão. Em 2022, um levantamento do Ipec Inteligência revelou que mais de 2,2 milhões de adultos brasileiros já utilizam esses dispositivos regularmente, representando um crescimento de quatro vezes em apenas quatro anos. No entanto, esse aumento no consumo está rodeado de mitos e desinformação.

Mitos sobre Cigarros Eletrônicos:

  1. Cigarro eletrônico é porta de entrada para o tabagismo:
    Estudos, como a pesquisa Smoking Toolkit Study da University College London, não encontraram uma relação significativa entre o uso de cigarros eletrônicos e a migração posterior para cigarros convencionais. No pior cenário, apenas uma em cada dez pessoas que utilizam dispositivos eletrônicos se tornará eventualmente fumante de cigarro comum. Além disso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos relatou que, após a regulamentação dos cigarros eletrônicos, houve uma queda significativa no consumo de nicotina entre os jovens.

  2. Aromatizantes nos cigarros eletrônicos foram criados para atrair crianças e adolescentes:
    Pesquisas conduzidas pela Yale School of Public Health concluíram que os aromatizantes não estão associados à iniciação do tabagismo entre menores de 18 anos. Pelo contrário, eles parecem estar relacionados a um aumento nas chances de cessação entre adultos. Adultos que começaram a usar cigarros eletrônicos com sabores distintos de tabaco tiveram maior probabilidade de parar de fumar em comparação com aqueles que usaram produtos sem aromatizantes.

  3. Cigarros eletrônicos têm mais nicotina que os convencionais:
    Enquanto os cigarros convencionais no Brasil contêm uma concentração média de nicotina de 2%, os cigarros eletrônicos, vendidos sem regulamentação específica, variam amplamente em termos de concentração de nicotina. No entanto, se considerarmos modelos comuns comercializados no mercado ilegal, a concentração informada é de cerca de 50mg de nicotina por ml de líquido. Isso significa que, em um líquido de 2ml, há 100mg de nicotina, menos do que em um maço de cigarros convencionais.

Verdades sobre Cigarros Eletrônicos:

  1. Cigarros eletrônicos são alternativas de potencial risco reduzido:
    A principal diferença entre os cigarros eletrônicos e os convencionais é que os primeiros não envolvem a combustão de tabaco. Isso resulta em uma redução significativa na exposição a substâncias tóxicas ou potencialmente tóxicas, chegando a uma redução de até 99% quando devidamente regulamentados. Estudos, como a revisão conduzida pelo King's College London e divulgada pelo Ministério de Saúde da Inglaterra, afirmam que cigarros eletrônicos regulamentados são 95% menos prejudiciais do que os cigarros convencionais e até 20 vezes menos nocivos.

  2. Cigarros eletrônicos são opções para adultos fumantes:
    Cerca de 80 países regulamentaram cigarros eletrônicos como ferramentas importantes para diminuir o consumo de cigarro tradicional e reduzir danos à saúde. Países como Inglaterra, Suécia e Canadá reconheceram os dispositivos eletrônicos como alternativas de entrega de nicotina com menor risco e adotaram estratégias para reduzir a prevalência de fumantes, alcançando resultados positivos. No entanto, essas opções não são recomendadas para não fumantes, e a regulamentação é fundamental para garantir sua qualidade e segurança.

  • É importante destacar que, mesmo para adultos fumantes, o uso de cigarros eletrônicos não está isento de riscos. A nicotina é uma substância viciante, e o uso prolongado de cigarros eletrônicos pode levar à dependência. Além disso, a inalação de vapor químico ainda pode ter impactos adversos na saúde pulmonar e cardiovascular.

É fundamental considerar que os cigarros eletrônicos não são isentos de riscos, mesmo que sejam alternativas de menor risco para fumantes adultos. A regulamentação desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e segurança desses produtos, e seu uso deve ser abordado com cautela, especialmente entre os jovens e não fumantes.

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