Esteatose Hepática: Como a gordura no fígado se tornou uma epidemia global e silenciosa — Saiba como prevenir
A esteatose hepática é o acúmulo excessivo de gordura no fígado, uma condição cada vez mais comum e preocupante. Estima-se que afete cerca de 25% a 30% da população adulta mundial e 20% no Brasil. A doença está intimamente ligada à obesidade, diabetes tipo 2 e ao sedentarismo, fatores que têm aumentado globalmente.
O que é esteatose hepática?
Esteatose hepática, também chamada de doença esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), ocorre quando há infiltração de gordura entre as células do fígado, afetando suas funções, como:
- Filtração do sangue
- Eliminação de toxinas
- Produção de bile
- Metabolismo de hormônios e medicamentos
Quando não tratada, a esteatose pode evoluir para problemas mais graves, como esteato-hepatite, fibrose, cirrose e até câncer de fígado.
Causas do acúmulo de gordura no fígado
Existem várias causas para o acúmulo de gordura no fígado, incluindo:
- Dieta rica em açúcares e gorduras saturadas: aumenta os ácidos graxos no sangue.
- Resistência à insulina: leva à maior produção de gordura pelo fígado a partir da glicose.
- Disbiose intestinal: alterações na microbiota intestinal podem prejudicar o metabolismo das gorduras e facilitar o acúmulo de toxinas no fígado.
Grupos de risco
Os principais grupos vulneráveis incluem:
- Indivíduos com sobrepeso ou obesidade
- Pacientes com diabetes tipo 2
- Pessoas com hipertensão e dislipidemias
- Mulheres com síndrome dos ovários policísticos
- Indivíduos com hipotireoidismo
Esses grupos devem monitorar sua saúde com exames de rotina, como ultrassom abdominal e elastografia hepática, para detectar precocemente a doença.
Sintomas e diagnóstico
A esteatose hepática é silenciosa, e seus sintomas só aparecem em estágios avançados:
- Dor abdominal
- Fadiga extrema
- Perda de peso inexplicável
Os métodos de diagnóstico incluem:
- Ultrassom abdominal
- Elastografia hepática (FibroScan)
- Ressonância magnética
- Biópsia hepática (apenas em casos graves)
Tratamento e prevenção
O tratamento da esteatose hepática está diretamente ligado às mudanças no estilo de vida:
- Praticar atividade física regularmente
- Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados
- Limitar o consumo de álcool:
- Mulheres: menos de 140g de álcool por semana
- Homens: menos de 210g de álcool por semana
O acompanhamento médico é crucial para monitorar a evolução da doença e ajustar o tratamento.
Medicamentos promissores
Existem medicamentos em estudo e uso que têm mostrado resultados promissores no tratamento da esteatose hepática:
Empagliflozina (Jardiance)
- Pacientes com diabetes tipo 2
- Redução de gordura hepática e risco cardiovascular
Dapagliflozina (Forxiga)
- Pacientes com diabetes tipo 2
- Melhora da resistência à insulina
Liraglutida (Saxenda)
- Redução de gordura hepática
- Atua na perda de peso e melhora do perfil lipídico
Resmetirom (Rezdiffra)
- Pacientes com fibrose hepática
- Primeiro medicamento aprovado para esteato-hepatite
A importância da abordagem holística
O tratamento da esteatose hepática deve ser integrado, considerando comorbidades como diabetes, hipertensão e síndrome metabólica. A perda de 5% a 10% do peso corporal já traz melhorias significativas na saúde do fígado.
A esteatose hepática é uma condição séria, que afeta milhões de pessoas no mundo e pode evoluir para doenças graves se não for tratada. Mudanças no estilo de vida, diagnóstico precoce e novos medicamentos são fundamentais para controlar e reverter esse quadro. Conversar com um médico sobre medidas preventivas é essencial para cuidar da saúde do fígado e garantir uma vida longa e saudável.