O que é a terapia da rejeição? Os perigos da técnica popularizada nas redes sociais e que pode prejudicar a saúde mental

Nos últimos tempos, uma prática chamada “terapia da rejeição” tem ganhado popularidade, especialmente nas redes sociais, como o TikTok. A técnica tem sido divulgada por jovens como uma maneira de lidar com a ansiedade, autoestima e o medo da rejeição. Embora pareça uma maneira interessante de superar esses medos, a terapia da rejeição não tem comprovação científica e pode, na verdade, agravar problemas psicológicos. Neste texto, vamos explicar o que é essa prática, como ela se compara a outras terapias comprovadas e os riscos envolvidos.
O que é a "terapia da rejeição"?
A terapia da rejeição é uma prática em que o indivíduo se expõe a situações desconfortáveis ou até constrangedoras, com a expectativa de receber um “não” ou algum tipo de rejeição. A ideia central é treinar a pessoa para lidar melhor com o fracasso ou a falta de aceitação. Alguns exemplos incluem:
1.
Pedir dinheiro emprestado a um estranho na rua.
2.
Pedir um abraço no meio de uma multidão.
3.
Cumprimentar desconhecidos no metrô.
4.
Solicitar produtos gratuitamente em uma cafeteria.
Essas situações são filmadas e compartilhadas nas redes sociais, o que permite que a pessoa seja julgada publicamente. O objetivo, segundo os praticantes, é fortalecer a autoestima e reduzir o medo da rejeição.
Terapia de exposição versus Terapia da rejeição
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Embora ambas envolvam a exposição a situações desconfortáveis, a terapia da rejeição não é uma terapia formal e carece de embasamento científico. Em contrapartida, a terapia de exposição, que faz parte da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é amplamente reconhecida por psicólogos e psiquiatras como uma abordagem eficaz para tratar diversos tipos de transtornos, como fobias e ansiedade social.
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A terapia de exposição é um processo estruturado e gradual, no qual a pessoa é exposta de forma controlada a situações que geram medo, começando com imagens ou simulações da situação temida e, aos poucos, enfrentando o medo na realidade. Esse processo é sempre acompanhado por um profissional, garantindo que a pessoa se sinta segura e amparada.
Quais os riscos da terapia da rejeição?
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Apesar de parecer uma maneira simples de superar o medo da rejeição, a terapia da rejeição pode ser prejudicial à saúde mental, especialmente para pessoas com predisposição a transtornos de ansiedade. Ao se expor a situações desconfortáveis sem acompanhamento profissional, o indivíduo pode acabar agravando o seu quadro emocional.
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Outro risco significativo é a exposição pública. Quando as experiências são compartilhadas nas redes sociais, a pessoa se coloca à mercê de críticas e julgamentos de estranhos, o que pode aumentar ainda mais a ansiedade e o estresse. O desejo de obter aprovação online pode fazer com que a pessoa busque ainda mais validação, o que, no fim, só piora o seu estado emocional.
A importância de buscar ajuda profissional
- A terapia da rejeição não deve ser vista como uma solução definitiva ou substituta para tratamentos mais eficazes e respaldados pela ciência. Para lidar de forma saudável com a rejeição e as frustrações da vida, é essencial que o processo seja acompanhado por um profissional capacitado, como um psicólogo ou psiquiatra. A terapia de exposição, quando realizada de maneira controlada e com acompanhamento profissional, pode ajudar a pessoa a superar o medo da rejeição de forma mais segura e eficaz.
Embora a terapia da rejeição tenha ganhado popularidade nas redes sociais, ela não é uma solução científica e pode trazer sérios riscos à saúde mental. A prática de se expor a situações desconfortáveis e a busca por validação nas redes sociais pode acabar agravando problemas como a ansiedade. Para superar o medo da rejeição de forma saudável, é fundamental contar com o apoio de profissionais capacitados e seguir métodos comprovados, como a terapia de exposição, que garantem segurança e eficácia no tratamento.