Pesquisa: Desigualdade social aprofunda a crise de mortalidade por diabetes no Brasil
Uma pesquisa recentemente publicada na Revista Latino-Americana de Enfermagem, conduzida pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e divulgada em 11 de agosto, revelou uma associação inédita entre a mortalidade por diabetes no Brasil e a desigualdade social. O estudo analisou dados abrangentes de 601 mil óbitos relacionados ao diabetes mellitus, ocorridos entre 2010 e 2020, com base nos registros do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Esses achados ressaltam a influência direta de fatores como concentração de renda e baixa escolaridade no aumento das mortes causadas pela doença.
Impactos Preocupantes Revelados pela Pesquisa sobre Mortalidade por Diabetes no Brasil:
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Desigualdade Social como Fator Crítico: Pela primeira vez, uma pesquisa da Universidade Estadual do Ceará demonstrou uma relação direta entre a desigualdade social e a mortalidade por diabetes no Brasil. A concentração de renda e baixa escolaridade emergem como influências alarmantes nas taxas de mortes relacionadas à doença.
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Estatísticas Alarmantes: Entre os anos de 2010 e 2020, foram registrados 601 mil óbitos por diabetes mellitus no país. A taxa de mortalidade entre brasileiros com até três anos de estudo foi duas vezes maior do que a taxa geral, atingindo 59,53 mortes a cada 100 mil habitantes.
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Grupos Vulneráveis: O estudo identificou que pessoas pardas estão entre as mais afetadas, com 36,16 mortes por 100 mil habitantes. As regiões Nordeste e Sul apresentaram as maiores taxas de mortalidade, destacando os estados da Paraíba e Pernambuco. A região Norte revelou subnotificação estimada preocupante.
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Dificuldades de Acesso à Informação: A pesquisa destaca disparidades regionais no acesso a informações sobre saúde, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Isso ressalta desafios persistentes na digitalização dos sistemas de saúde.
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Diferenças de Gênero: O estudo apontou que mais mulheres do que homens são afetadas pela doença, com 32 mortes por 100 mil habitantes contra 27. Locais com cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas.
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Impacto Global: O Brasil testemunhou 6,7 milhões de mortes relacionadas ao diabetes apenas no ano de 2021, representando uma morte a cada cinco segundos. O país lidera em número de casos na América Latina e ocupa a quinta posição no mundo.
Esses estudos reforçam a necessidade urgente de enfrentar a desigualdade social e melhorar o acesso igualitário à saúde, a fim de conter a crescente crise de mortalidade por diabetes no Brasil.