A mutilação genital feminina: A cada 12 minutos, uma menina morre
A Mutilação Genital Feminina (FGM/C) é uma prática que afeta milhões de meninas e mulheres em diversas partes do mundo. Embora tenha raízes culturais e sociais, um estudo recente revelou que a cada 12 minutos uma menina morre em decorrência dessa prática.
Este texto explica o que é a FGM/C, seus impactos e as possíveis formas de combatê-la.
O que é a mutilação genital feminina (FGM/C)?
A FGM/C consiste na remoção parcial ou total da genitália feminina sem justificativa médica. Essa prática é mantida por diferentes razões culturais, mas não traz benefícios e pode causar graves danos físicos e psicológicos.
Onde isso acontece?
- Mais comum em países da África, Oriente Médio e algumas regiões da Ásia.
- Em certos locais, mais de 90% das mulheres passam por essa prática.
Motivos apontados
- Tradições culturais e sociais.
- Crença de que melhora a higiene ou a fertilidade.
- Pressão para manter padrões de pureza e aceitação social.
Embora muitas comunidades defendam a continuidade da FGM/C por questões culturais, os riscos à saúde são severos.
O impacto mortal: A cada 12 minutos, uma vítima
Um estudo das universidades de Birmingham e Exeter mostrou que a FGM/C está relacionada a um número significativo de mortes femininas, muitas vezes subnotificadas.
Dados relevantes
- 44.000 mortes por ano nos 15 países analisados.
- Em países como Guiné, Mali e Serra Leoa, a prática atinge mais de 80% das mulheres.
- A pandemia aumentou a vulnerabilidade de cerca de 2 milhões de meninas.
Principais causas de morte
- Infecções graves devido à falta de higiene.
- Hemorragias severas.
- Complicações no parto, afetando mãe e bebê.
Muitas dessas mortes não eram associadas oficialmente à FGM/C, o que subestimava a gravidade do problema.
Por que a prática ainda persiste?
Apesar dos riscos e de campanhas contra a FGM/C, a prática ainda é comum devido a fatores culturais e sociais.
Motivos principais
- Pressão social e tradição familiar.
- Medo de exclusão social para aquelas que não passam pelo procedimento.
- Em alguns países, ainda não há leis proibindo a prática.
Em contrapartida, diversas nações têm criminalizado a FGM/C, e campanhas de conscientização têm promovido mudanças graduais.
Medidas para combater a FGM/C
O estudo aponta algumas estratégias para a redução e eliminação da prática:
- Implementação de leis mais rigorosas contra a FGM/C.
- Campanhas educativas para informar sobre os riscos.
- Apoio às sobreviventes com assistência médica e psicológica.
- Trabalho com líderes comunitários para promover mudanças culturais.
A mutilação genital feminina continua sendo um problema significativo em diversas regiões, resultando em graves consequências para a saúde e qualidade de vida de muitas meninas e mulheres. Embora a prática tenha raízes culturais, estudos indicam que sua erradicação depende de um conjunto de ações, incluindo legislação mais rígida, conscientização e apoio às vítimas. O avanço na identificação de mortes relacionadas à FGM/C pode contribuir para a criação de políticas mais eficazes no combate a essa prática.