Casacos de pele estão de volta : Pele vintage, sintética ou animal? O dilema da moda consciente em 2025

Os casacos de pele, sejam vintage, sintéticos ou de origem animal, estão de volta às passarelas e guarda-roupas em 2025, reacendendo debates sobre ética, sustentabilidade e consumo consciente. Marcas como Fendi, Miu Miu e Gabriela Hearst incluíram peças de pele em suas coleções outono/inverno, enquanto celebridades como Taylor Swift e Rihanna aderiram à tendência. No entanto, a discussão vai além da estética, envolvendo impactos ambientais, direitos dos animais e inovações em materiais.
A retomada da pele na moda
-
Influência das passarelas e celebridades: Desfiles em Nova Iorque, Londres e Paris destacaram casacos de pele, enquanto influenciadores digitais e estrelas popularizaram o estilo "Mob Wife" (esposa de mafioso), uma resposta glamorosa ao minimalismo anterior.
-
Cultura vintage: A geração Z impulsionou a demanda por peças vintage, visto como uma opção mais ética por reutilizar itens já existentes. Larry Cowit, da Madison Avenue Furs, relatou que jovens universitários estão comprando peles usadas, algo incomum nos últimos anos.
O dilema entre pele animal e sintética
-
Proibição e substituição: Em 2017, a Gucci e outras grifes baniram peles animais, adotando alternativas sintéticas. No entanto, esses materiais, como poliéster, são derivados de combustíveis fósseis e têm baixa reciclabilidade.
-
Impacto ambiental: Um estudo de 2013 comparou peles de vison com falsas e concluiu que as verdadeiras têm maior impacto climático. Porém, as sintéticas contribuem para microplásticos e acúmulo em aterros.
O mercado de segunda mão e aluguel
-
Sustentabilidade na circulação: Plataformas como By Rotation e lojas vintage, como a One Scoop Store, destacam que peças de qualidade (falsas ou verdadeiras) têm vida útil prolongada quando alugadas ou revendidas.
-
Crescimento do mercado: Espera-se que o setor de roupas usadas atinja US$ 367 bilhões até 2029, com peles falsas de marcas como Charlotte Simone entre as mais procuradas.
Inovações e alternativas sustentáveis
-
Materiais vegetais: A Savian, desenvolvida pela BioFluff, é feita de urtiga, linho e cânhamo. Stella McCartney e Ganni já usaram o material em coleções, mas o alto custo ainda limita sua adoção em massa.
-
Posicionamento das marcas: Enquanto a LVMH investe em startups sustentáveis, também financia a Federação Internacional de Pele, revelando contradições no setor.
O debate ético e cultural
-
Direitos dos animais: Ativistas como Emma Håkansson, do Fashion Justice, argumentam que peles vintage perpetuam a exploração animal, independentemente da época de produção.
-
Perspectivas culturais: Natascha Radclyffe-Thomas, especialista em moda, ressalta que algumas comunidades indígenas usam peles como parte de tradições, levantando questões sobre diversidade de valores.
A volta dos casacos de pele reflete ciclos da moda, mas também expõe desafios complexos. Enquanto o vintage e o aluguel surgem como opções menos danosas, a indústria busca equilibrar ética, tradição e inovação. O consumidor, agora mais informado, tem o poder de escolher entre tendências, impacto ambiental e respeito aos animais — decidindo qual legado quer apoiar.