Caso de Antonya Cooper: A mãe que induziu a morte do filho com Neuroblastoma administrando uma dose letal de morfina e sua campanha pela morte assistida
A história de Antonya Cooper, que admitiu ter administrado uma dose letal de morfina ao seu filho terminalmente doente, Hamish, em 1981, é extremamente relevante para o debate sobre a morte assistida. Ela agora faz campanha para mudar a legislação no Reino Unido, onde a eutanásia e o suicídio assistido são ilegais. A discussão tem ganhado força, especialmente com o diagnóstico terminal recente de Antonya, consolidando sua posição sobre o direito de morrer com dignidade.
O Caso de Hamish:
Hamish, diagnosticado com neuroblastoma aos cinco anos, foi inicialmente dado apenas três meses de vida. Após 16 meses de tratamento agressivo, ele continuava a sofrer intensas dores. Na última noite de sua vida, Hamish pediu à mãe que acabasse com sua dor, ao que Antonya respondeu com uma dose letal de morfina.
Campanha de Antonya:
Antonya, agora com 77 anos e diagnosticada com câncer terminal, defende que as pessoas devem ter o direito de escolher quando e como morrer para evitar sofrimento desnecessário. Ela compara a situação ao tratamento que damos a animais de estimação, argumentando que não deveríamos permitir que seres humanos sofressem mais do que os animais.
Debate Legal e Ético:
A questão da morte assistida é altamente controversa. Defensores argumentam pelo direito de morrer com dignidade, enquanto críticos alertam sobre a pressão que poderia ser colocada em pessoas vulneráveis para acabar com suas vidas. Recentemente, regiões como Escócia, Jersey e Ilha de Man têm considerado mudanças na lei para permitir a prática.
Análise do Debate:
Segundo Alastair Fee, correspondente de saúde da BBC, a morte assistida está sendo cada vez mais debatida, com um número crescente de casos encaminhados ao Ministério Público do Reino Unido. Embora a maioria dos casos não prossiga, o debate legal e ético continua a evoluir.
Países que legalizaram a Morte Assistida
1. Países Baixos (Holanda)
- Ano de Legalização: 2002
- Regulamentação: Permite eutanásia e suicídio assistido para pacientes que sofrem de doenças incuráveis e insuportáveis, após avaliação de dois médicos.
2. Bélgica
- Ano de Legalização: 2002
- Regulamentação: Sem limite de idade, mas exige que menores tenham consentimento dos pais e avaliação médica rigorosa.
3. Luxemburgo
- Ano de Legalização: 2009
- Regulamentação: Disponível para residentes que sofrem de doenças incuráveis, com consentimento de dois médicos e uma comissão de revisão.
4. Canadá
- Ano de Legalização: 2016
- Regulamentação: Permite a eutanásia e o suicídio assistido para maiores de 18 anos com doenças graves e irremediáveis, que estão em sofrimento insuportável.
5. Colômbia
- Ano de Legalização: 1997 (formalmente regulamentado em 2015)
- Regulamentação: Legalizado para pacientes terminais que estão sofrendo. Recentemente ampliado para incluir casos não terminais com sofrimento intenso.
6. Suíça
- Regulamentação: Suicídio assistido é legal desde 1942, não específico para doenças terminais. Organizações como Dignitas e Exit oferecem serviços de suicídio assistido.
7. Alemanha
- Ano de Legalização: 2020
- Regulamentação: Permite o suicídio assistido sob condições restritas, após decisão judicial que anulou a proibição total.
8. Espanha
- Ano de Legalização: 2021
- Regulamentação: Disponível para pacientes com doenças graves e incuráveis ou condições crônicas e incapacitantes, com sofrimento intolerável.
9. Nova Zelândia
- Ano de Legalização: 2020 (entrou em vigor em 2021)
- Regulamentação: Permite a eutanásia e o suicídio assistido para adultos com doenças terminais e menos de seis meses de vida.
10. Austrália
- Estados com Legalização: Vitória (2017), Austrália Ocidental (2019), Tasmânia (2021), Queensland (2021), Austrália Meridional (2021), Nova Gales do Sul (2022)
- Regulamentação: Varía por estado, geralmente disponível para pacientes terminais com sofrimento intolerável.
A história de Antonya Cooper destaca a complexidade e a urgência do debate sobre a morte assistida. Sua experiência pessoal com o sofrimento de seu filho e seu próprio diagnóstico terminal tornam seu argumento ainda mais poderoso. A discussão sobre o direito de morrer com dignidade é essencial para garantir que pessoas em sofrimento possam ter uma escolha humana e compassiva sobre suas vidas. A evolução do debate legal e ético sobre a morte assistida é um reflexo da crescente necessidade de abordar estas questões de maneira sensível e informada.