Desvendando o mistério por trás do crescimento surpreendente de quase 90% na população indígena revelado pelo Censo 2022
O Censo 2022 do IBGE, divulgado recentemente, trouxe uma notícia impressionante: os indígenas no Brasil somam agora mais de 1,69 milhão de pessoas, representando um aumento de 88,8% em relação aos dados de 2010. Essa significativa mudança é parcialmente atribuída a uma alteração metodológica no questionário do Censo, que incluiu uma pergunta extra sobre a identidade indígena.
Tradicionalmente, a identificação de indígenas se dava pela pergunta sobre a cor da pele, mas essa abordagem frequentemente subestimava a população indígena, uma vez que muitos respondiam "pardos" devido a ascendência cultural e não à cor da pele. A nova pergunta, "você se considera indígena?", revelou uma série de critérios étnicos e levou a uma captação mais precisa dessa população.
O crescimento notável também é atribuído a um movimento de reafirmação da identidade indígena, resistindo às dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Esse movimento de reconexão cultural e ancestralidade tem sido impulsionado pelo fortalecimento do ativismo indígena, que alcançou uma mobilização surpreendente.
Embora algumas respostas só possam ser encontradas com mais dados sobre natalidade e mortalidade, é evidente que a população indígena está ganhando destaque. Enquanto parte do crescimento pode ser explicado pelo questionamento mais inclusivo e pelo aumento do ativismo, as implicações da pandemia e seu impacto nas terras indígenas ainda precisam ser compreendidas em sua totalidade.
O Censo também revelou que a maioria dos indígenas vive fora das terras oficialmente delimitadas, destacando a importância de políticas públicas que considerem suas línguas, valores e necessidades específicas. Além disso, a presença indígena foi registrada em grande parte dos municípios brasileiros, reforçando a diversidade e a amplitude dessa população que enriquece a cultura e a identidade do país.