Explosão de gêmeos e trigêmeos: Por que os nascimentos múltiplos estão aumentando no mundo todo?
Nos últimos anos, o número de gêmeos e trigêmeos tem aumentado em todo o mundo, apesar da queda geral nas taxas de natalidade. Essa tendência inédita pode ser explicada por diversos fatores biológicos, sociais e médicos. Vamos explorar as razões por trás desse fenômeno e suas implicações para o futuro.
Por que mais gêmeos estão nascendo?
Diferentemente do passado, quando a taxa de nascimentos múltiplos acompanhava a queda geral da natalidade, atualmente há um crescimento expressivo nesses casos. Os principais fatores responsáveis por essa mudança incluem:
- Idade materna avançada: Mulheres mais velhas têm maior probabilidade de liberar mais de um óvulo durante a ovulação, fenômeno conhecido como "hiperovulação". Com o aumento da idade média das mães, há mais chances de gestações múltiplas.
- Tratamentos de fertilidade: Procedimentos como a fertilização in vitro (FIV) aumentam as chances de nascimentos múltiplos, especialmente quando mais de um embrião é implantado.
- Fatores genéticos e regionais: Algumas populações têm maior predisposição genética para gêmeos, e padrões de natalidade variam conforme a cultura e o acesso a tratamentos médicos.
A evolução das taxas de nascimentos múltiplos
Os registros históricos mostram mudanças significativas na frequência de gêmeos e outros múltiplos:
- Décadas de 1940 a 1960: Durante o "baby boom", a taxa de nascimentos múltiplos permaneceu estável em 12 a 13 por 1.000 gestações.
- Décadas de 1970 a 1980: Com maior acesso a métodos contraceptivos e planejamento familiar, houve uma queda nos nascimentos múltiplos.
- Décadas de 1990 e 2000: O aumento da idade materna e os avanços nos tratamentos de fertilidade elevaram novamente as taxas de gêmeos e trigêmeos.
- Atualidade: Apesar da redução no número total de bebês nascidos, a proporção de múltiplos está crescendo.
Os riscos e desafios dos nascimentos múltiplos
Embora sejam um motivo de alegria para muitas famílias, gestações múltiplas apresentam desafios adicionais, como:
- Risco de prematuridade: Cerca de 60% dos gêmeos e quase todos os trigêmeos e quádruplos nascem prematuros, necessitando de cuidados neonatais.
- Maior taxa de mortalidade infantil: Gêmeos têm o dobro da taxa de natimortos em comparação a bebês únicos, e a taxa de morte neonatal pode ser até três vezes maior.
- Impactos financeiros e emocionais: Criar múltiplos exige mais recursos financeiros e suporte emocional, pois há maior demanda por assistência nos primeiros anos de vida.
O futuro das gestações múltiplas
-
Pesquisas indicam que a taxa de nascimentos múltiplos continuará crescendo entre 2050 e 2100, especialmente em países de baixa renda, onde a idade materna está aumentando. Esse cenário levanta questões importantes para políticas de saúde pública e apoio familiar, exigindo adaptações nos sistemas de saúde e no planejamento de assistência neonatal.
-
A sociedade precisa estar preparada para essa transformação, garantindo suporte adequado às famílias e minimizando os riscos para mães e bebês.
O aumento dos nascimentos múltiplos é um fenômeno complexo que reflete mudanças na sociedade e nos avanços médicos. Com o crescimento da idade materna e o avanço das tecnologias de reprodução assistida, essa tendência deve se manter nas próximas décadas. No entanto, é fundamental garantir suporte adequado para essas famílias, garantindo que as gestações múltiplas sejam seguras e bem assistidas, tanto para mães quanto para bebês.