"Meu sonho era usar o que bem entendesse" - A luta das mulheres iranianas contra o uso obrigatório do hijab
O Irã impõe a obrigatoriedade do hijab para mulheres acima de nove anos, estabelecendo um rígido código de vestimenta. Recentemente, um projeto de lei foi proposto para aumentar as penalidades àqueles que desrespeitarem essa norma, desencadeando protestos após a morte de Mahsa Amini, detida por não seguir corretamente as regras do hijab.
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História de Ribell:
Ribell, pseudônimo de uma jovem iraniana, compartilha sua trajetória de repressão e resistência contra imposições familiares. Desde os seis anos, foi instruída a usar o chador, um hijab conservador. Seus pais acreditavam que desobedecer resultaria em punição após a morte. Ribell, hoje tatuadora na Turquia, fugiu para viver sem o hijab, enfrentando resistência familiar intensa. -
Experiência de Mona Eltahawy:
A escritora e ativista Mona Eltahawy também enfrentou dificuldades ao abandonar o hijab após nove anos. Sua família resistiu à sua decisão, destacando a complexidade envolvida nessa escolha. Eltahawy destaca a importância da autonomia das mulheres sobre seus corpos, tema central em seu livro "Headscarves and Hymens." -
Protestos no Irã:
Os recentes protestos no Irã inspiraram mulheres a desafiar o uso obrigatório do hijab. Bella Hassan, jornalista da BBC, abandonou o véu em Londres, inspirada pela coragem das mulheres iranianas. Contudo, enfrentou hostilidade em sua própria comunidade somali, evidenciando as profundas raízes do hijab e a resistência à mudança.
A luta das mulheres iranianas contra a imposição do hijab transcende uma questão política; é uma busca pela liberdade individual. As histórias de Ribell, Mona Eltahawy e Bella Hassan destacam a complexidade dessa decisão e as repercussões sociais enfrentadas por quem desafia as normas. A esperança reside na coragem de mulheres em todo o mundo que buscam autonomia sobre seus corpos e escolhas, mesmo diante de desafios significativos. Essas narrativas sublinham a necessidade de reconhecimento e respeito à diversidade de escolhas femininas em relação ao hijab.