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sábado, 16 de setembro de 2023 às 12:18 GMT+0

"Quem ama não mata": A História do Feminicídio que Mudou a Justiça brasileira

No dia 1º de agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) mencionou o caso de Ângela Diniz, uma socialite mineira assassinada em 1976, durante uma sessão para concluir o julgamento da tese da legítima defesa da honra, usada para justificar o crime de seu namorado, Doca Street. A história de Ângela também inspirou produções cinematográficas, incluindo o filme "Ângela", dirigido por Hugo Prata e estrelado por Ísis Valverde como Ângela Diniz e Gabriel Braga Nunes como Doca Street.

Importância e Relevância:

  • Revisão da Legítima Defesa da Honra: O caso de Ângela Diniz ressurgiu como um marco para discutir a tese da legítima defesa da honra, que permitia a homens alegar que mataram suas esposas ou namoradas em casos de adultério. Isso levou a uma revisão dessa tese pelo STF, com implicações profundas para a igualdade de gênero e a proteção das mulheres, desafiando o machismo estrutural que frequentemente colocava a mulher como culpada.

  • Movimento Feminista: O julgamento de Doca Street em 1979 gerou indignação e levou ao surgimento do movimento feminista no Brasil, destacando o ativismo das mulheres que protestaram contra a impunidade em casos de feminicídio e contra a tendência de culpar a vítima, uma manifestação clara do machismo estrutural.

  • Mudança Cultural: A atuação do movimento feminista e a posterior condenação de Doca Street contribuíram para uma mudança cultural significativa em relação ao crime e castigo nas relações entre homens e mulheres, questionando os estereótipos de gênero e a culpabilização das vítimas, desafiando assim o machismo arraigado na sociedade.

  • Legislação sobre Feminicídio: O caso de Ângela Diniz ocorreu antes da promulgação da Lei do Feminicídio em 2015, que considera assassinatos de mulheres em contextos de violência doméstica como hediondos, com penas mais severas. Isso ressalta a importância das mudanças legais para a proteção das mulheres e para combater o machismo estrutural que muitas vezes as culpabilizava.

  • Filme "Ângela": A história de Ângela Diniz também foi retratada no filme "Ângela", dirigido por Hugo Prata e estrelado por Ísis Valverde e Gabriel Braga Nunes. O filme contribui para a conscientização sobre a tragédia de Ângela e a importância de combater a violência contra as mulheres, destacando como a sociedade frequentemente tende a culpar a vítima, perpetuando o machismo.

  • Feminicídio no Brasil: O Brasil enfrenta um desafio significativo em relação ao feminicídio, com altas taxas de violência contra as mulheres. Em 2022, o país bateu recordes de feminicídios, destacando a necessidade contínua de conscientização e ação contra essa violência, bem como a urgência de desafiar o machismo estrutural que muitas vezes contribui para essa tragédia.

O caso de Ângela Diniz representa um marco na história do Brasil, onde a luta contra a impunidade em casos de feminicídio, a revisão da tese da legítima defesa da honra e o combate ao machismo estrutural resultaram em importantes mudanças legais e culturais. Além disso, a história de Ângela foi imortalizada no filme "Ângela", que contribui para a conscientização sobre a tragédia e a importância de buscar justiça e igualdade de gênero, desafiando a tendência da sociedade de culpar a mulher e o machismo estrutural que muitas vezes a sustenta. Embora o Brasil ainda enfrente desafios significativos em relação à violência contra as mulheres, a história de Ângela Diniz continua a inspirar a busca por justiça e igualdade de gênero e a conscientização sobre a necessidade de superar o machismo arraigado na sociedade.

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