Smartwatches realmente ajudam na saúde? Especialistas avaliam sua precisão
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Os smartwatches se tornaram acessórios indispensáveis para muitas pessoas que buscam monitorar sua saúde e atividade física. Esses dispositivos prometem medir desde a frequência cardíaca até o gasto calórico, além de acompanhar padrões de sono e calcular o nível máximo de oxigênio no corpo. Mas será que eles são realmente confiáveis? Especialistas analisaram a precisão dos dados coletados por esses aparelhos e destacaram seus pontos fortes e fracos.
Como os smartwatches medem a atividade física e os sinais vitais?
Os relógios inteligentes utilizam sensores e algoritmos avançados para captar informações sobre o corpo. Entre as principais tecnologias usadas, destacam-se:
- Acelerômetro: mede os movimentos do pulso para calcular a contagem de passos e estimar a atividade física.
- Fotopletismografia (PPG): tecnologia baseada na emissão de luz para analisar variações no fluxo sanguíneo e calcular frequência cardíaca e pressão arterial.
- Sensores de infravermelho e luz vermelha: utilizados para medir a saturação de oxigênio no sangue (SpO2).
- GPS e aprendizado de máquina: empregados para estimar o VO2 máximo, que indica a capacidade do corpo de absorver oxigênio durante atividades físicas.
A promessa é que, com essas tecnologias, os smartwatches sejam uma ferramenta útil para o monitoramento da saúde. No entanto, a precisão dos dados coletados varia de acordo com o tipo de medição.
Quais medições são mais confiáveis?
Nem todas as funções dos smartwatches apresentam a mesma precisão. Os especialistas apontam que algumas medições são confiáveis, enquanto outras podem ter um alto grau de erro.
Medições mais precisas
- Contagem de passos: a tecnologia de acelerômetro oferece bons resultados para acompanhar a quantidade de passos diários.
- Frequência cardíaca: quando o sensor está em contato adequado com a pele, a medição costuma ser precisa, embora possa apresentar falhas em exercícios de alta intensidade.
Medições menos confiáveis
- VO2 máximo: estimativas apresentam margem de erro entre 5% e 13%, o que pode impactar a avaliação da saúde cardiovascular.
- Monitoramento do sono: os relógios inteligentes analisam sinais como frequência cardíaca e movimento, mas não conseguem medir com precisão os estágios do sono, como o sono REM.
- Gasto calórico: estudos indicam que a margem de erro pode variar entre 30% e 150%, tornando esse dado pouco confiável.
Essas imprecisões ocorrem porque muitos dados são baseados em cálculos indiretos e não em medições diretas, o que pode levar a discrepâncias.
Os smartwatches realmente ajudam na saúde?
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Mesmo que nem todas as medições sejam exatas, os especialistas apontam que os smartwatches podem ter um impacto positivo na saúde ao incentivar a prática de atividades físicas. Estudos mostram que pessoas que utilizam esses dispositivos tendem a caminhar mais e se exercitar por mais tempo.
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A motivação proporcionada pelos números exibidos na tela pode fazer com que usuários busquem melhorar sua rotina de exercícios, independentemente da precisão absoluta dos dados.
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Por outro lado, a confiança nas medições é um fator essencial para que os usuários continuem utilizando os relógios inteligentes. Muitos desistem do dispositivo quando percebem que os números não condizem com a realidade.
A tecnologia dos smartwatches pode melhorar?
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A precisão dos smartwatches ainda tem limitações, mas há expectativas de melhorias no futuro. Os sensores utilizados atualmente devem permanecer os mesmos, mas os algoritmos que interpretam os dados tendem a evoluir.
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Com o aumento da base de usuários, empresas como Apple e Google terão mais informações para aprimorar seus sistemas de análise, tornando os cálculos mais sofisticados e precisos.
Os smartwatches são aliados na busca por uma vida mais saudável, mas sua precisão depende da medição realizada. Enquanto funções como contagem de passos e monitoramento da frequência cardíaca são relativamente confiáveis, outras, como cálculo de calorias e análise do sono, ainda apresentam altos índices de erro.
Apesar dessas limitações, os especialistas destacam que o maior benefício dos smartwatches está na motivação que proporcionam para manter uma rotina ativa. No futuro, a tendência é que os algoritmos evoluam, melhorando a precisão das medições e tornando esses dispositivos ainda mais eficazes no monitoramento da saúde.