Crédito barato, produtividade, tecnologia e moeda forte: Como os EUA deixaram o Brasil e a zona do Euro para trás
O crescimento econômico dos Estados Unidos se destaca neste século, consolidando o país como a maior potência econômica mundial. Apesar de o Brasil e a Zona do Euro terem registrado avanços significativos, a distância entre essas economias e os EUA aumentou devido a fatores como produtividade, flexibilidade econômica e liderança tecnológica. Entender esses elementos é essencial para compreender por que os EUA lideram a economia global.
Crescimento econômico: Diferenças entre Brasil, UE e EUA
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Desde o ano 2000, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passou de
US$ 655 bilhões
paraUS$ 2,173 trilhões
em 2023, crescendo em média 2,32% ao ano. Essa taxa superou o desempenho da Zona do Euro (1,32%) e dos próprios EUA (2,13%). No entanto, o crescimento proporcional não reduziu a distância econômica: -
Em 2000, a diferença entre o PIB do Brasil e o dos EUA era de
US$ 9,59 trilhões
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Em 2023, essa diferença saltou paraUS$ 25,187 trilhões
.
A Zona do Euro também ficou para trás, com sua diferença para os EUA aumentando deUS$ 4 trilhões
no início do século para quaseUS$ 12 trilhões
em 2023.
Por que isso importa?
- Embora o Brasil e a Europa tenham crescido, a escala do crescimento dos EUA foi muito mais robusta, consolidando sua influência global.
Fatores que sustentam a supremacia econômica dos EUA
Mercado de trabalho e crédito flexíveis
- Nos EUA, o crédito é amplamente acessível devido a uma história de juros baixos — raramente acima de 2% entre 2000 e 2023. Isso impulsiona o consumo e a economia de maneira geral.
- Além disso, o país possui um mercado de trabalho dinâmico, alimentado por décadas de imigração, que traz tanto cientistas quanto trabalhadores essenciais. Essa diversidade fortalece a economia em todos os níveis, enquanto a Europa enfrenta regulamentações rígidas e uma crise demográfica.
Produtividade e educação
- A produtividade é a base do crescimento econômico sustentável. Segundo o economista Paul Krugman, “no longo prazo, a produtividade é quase tudo”. Nos EUA, investimentos em educação e infraestrutura permitem que o mercado de trabalho seja mais eficiente. Essa abordagem estruturada agrega valor ao capital humano e à cadeia produtiva.
Liderança tecnológica
- Os EUA lideram globalmente no setor de tecnologia. Empresas no Vale do Silício, como Google e Apple, são exemplos de inovação que impulsionam a economia.
Em 2023, o setor de tecnologia dos EUA movimentou US 1,285 trilhão, cerca de 40% do mercado global. Comparativamente, o Brasil, com US 49,9 bilhões, e países europeus como Alemanha e França, ficam muito atrás.
Por que isso importa?
- A capacidade dos EUA de unir educação, tecnologia e flexibilidade econômica cria uma vantagem quase impossível de replicar.
O Papel do Dólar na economia global
O dólar norte-americano se consolidou como moeda padrão mundial após a Segunda Guerra Mundial, na Conferência de Bretton Woods (1944). Essa posição permite aos EUA:
- Financiar consumo elevado.
- Sustentar altos níveis de dívida.
- Estabelecer termos comerciais favoráveis com parceiros globais.
Enquanto o euro tenta competir, ele carece de uma centralização fiscal e política forte como a dos EUA, limitando sua força no comércio internacional.
Lições para o Brasil e a zona do Euro
Brasil: Investir no futuro
O Brasil enfrenta desafios estruturais que limitam seu potencial:
- Fuga de talentos: Jovens formados em universidades de ponta deixam o país para buscar oportunidades no exterior.
- Baixa atração de investimentos em tecnologia e inovação.
- Políticas públicas pouco voltadas para produtividade.
Para crescer, o Brasil precisa investir em educação, infraestrutura e inovação. Políticas públicas que priorizem o desenvolvimento humano e produtivo são essenciais para alcançar melhores resultados.
Zona do Euro: Superar rigidez econômica
- A economia europeia, embora robusta, sofre com regulamentações excessivas e uma falta de dinamismo tecnológico. Reformas fiscais e maior integração política poderiam aumentar a competitividade da região.
O sucesso dos EUA não é acidental, mas fruto de estratégias que combinam produtividade, tecnologia e flexibilidade econômica. Enquanto Brasil e Zona do Euro mostram potencial, ambos enfrentam desafios estruturais que precisam ser superados para diminuir a distância em relação à maior economia do mundo. A lição central é clara: políticas públicas bem estruturadas e investimentos em educação e inovação são a chave para o crescimento sustentável.