Dólar explode perto de R$ 6,20 no final de ano: O que esperar do pacote fiscal e da economia brasileira em 2025?
Na segunda-feira, 23 de dezembro de 2024, o mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia marcado por forte alta do dólar, que fechou próximo de R$ 6,20
, e queda do Ibovespa, refletindo preocupações com a situação fiscal do país. A sessão antecedeu o recesso de Natal, com mercados fechados nos dias 24 e 25.
Principais motivações para o cenário atual
Pacote de corte de gastos e ajustes do congresso
O Congresso Nacional aprovou recentemente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projetos relacionados ao pacote fiscal, mas realizou alterações que diminuíram sua capacidade de economizar. A economia projetada caiu de R$ 71,9 bilhões para R$ 69,8 bilhões
até 2026. Essas mudanças alimentaram a incerteza entre investidores sobre a trajetória das contas públicas brasileiras.
Mercado financeiro em alerta
- O dólar subiu 1,88%, fechando a
R$ 6,185
, atingindoR$ 6,201
na máxima. - O Ibovespa caiu 1,09%, fechando em 120.766 pontos, enquanto bolsas globais apresentaram desempenho misto.
Preocupações com inflação e juros
O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, apontou piora nas expectativas econômicas:
- Inflação: Projeção do IPCA para 2025 aumentou para 4,84%.
- Taxa Selic: Previsão de pico de 14,75% em 2025.
A meta do BC para a inflação é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Cenário internacional
No exterior, os mercados ainda processam as decisões dos bancos centrais, especialmente a do Federal Reserve (Fed), que indicou cortes moderados nas taxas de juros. Isso impulsionou os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e fortaleceu o dólar.
Importância e relevância do contexto
- Para o Brasil: A instabilidade fiscal e a desidratação do pacote de gastos reforçam desafios para atrair confiança do mercado, impactando negativamente a moeda e a bolsa.
- Para o consumidor: A alta do dólar aumenta o custo de insumos e produtos importados, como a farinha de trigo, pressionando a inflação.
- No cenário global: A política monetária do Fed influencia fluxos de capital, mantendo o dólar forte em relação a outras moedas.
A disparada do dólar e a queda da bolsa refletem a fragilidade fiscal do Brasil, somada à desconfiança do mercado em relação às medidas econômicas propostas. O impacto negativo sobre o consumo, inflação e custo de vida reforça a necessidade de ajustes fiscais mais sólidos para estabilizar a economia. Em um cenário global desafiador, o Brasil precisa mostrar comprometimento com políticas econômicas que inspirem confiança, especialmente diante do alto custo da dívida pública e das expectativas de inflação acima das metas.