Conteúdo verificado
quarta-feira, 29 de maio de 2024 às 10:55 GMT+0
Inflação de alimentos pode chegar a 7% em 2024: Crise climática e impactos no seu bolso
A inflação dos alimentos no Brasil pode atingir 7% em 2024, impulsionada pela crise no Rio Grande do Sul e a chegada do fenômeno climático La Niña. Esta previsão é destacada por André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV e especialista em inflação.
Importância e Relevância
- Impacto Climático: As inundações no Rio Grande do Sul estão afetando a produção de alimentos, especialmente os in natura, agravando a oferta.
- Fenômeno La Niña: A previsão de La Niña a partir de julho pode trazer mais chuvas intensas, comprometendo ainda mais o solo já saturado e dificultando a recuperação das áreas afetadas.
- Previsões Divergentes: Enquanto Braz prevê uma alta de até 7%, a média das previsões do mercado financeiro para alimentos à domicílio é de 3,7%, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) estimado em 3,86% para 2024.
Cenário Atual e Previsões
- Primeiro Semestre: O primeiro semestre de 2024 já aponta uma alta de 5% nos preços dos alimentos.
- Recuperação Lenta: Devido às condições climáticas adversas, a recuperação das áreas de produção será lenta, mantendo a pressão sobre os preços.
Categoria | Previsão de Inflação (%) |
---|---|
Alimentos à Domicílio | 7,0 |
Previsão Média do Mercado | 3,7 |
IPCA (Índice Geral) | 4,5 |
Considerações do Economista
- Inundações no Sul: A crise no Rio Grande do Sul não será contornada rapidamente, pois o solo está excessivamente encharcado.
- Comparativo Anual: Em maio de 2023, o índice de inflação de alimentos estava em 0%, e houve deflação de 0,1% em junho de 2023. Em contraste, a expectativa para junho de 2024 é de alta, devido aos efeitos da crise atual.
- Resiliência dos Preços: A previsão de Braz é que não haverá espaço para uma inflação negativa no segundo semestre que possa compensar os aumentos do primeiro semestre.
A previsão de uma inflação de alimentos de até 7% em 2024 sublinha a necessidade de medidas eficazes para mitigar os impactos econômicos e sociais. As políticas públicas devem focar em apoio aos produtores, controle de preços e incentivos à produção local para garantir a segurança alimentar. A divergência nas previsões também sugere a necessidade de monitoramento contínuo das condições climáticas e seus efeitos sobre a economia.