Ainda Estou Aqui: O impactante filme que revive a luta de Eunice Paiva e o caso Rubens Paiva – Emociona e concorre ao Oscar
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, conta a história de Eunice Paiva, uma mulher que enfrentou o desaparecimento do marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. Baseado em fatos reais e adaptado do livro de Marcelo Rubens Paiva, a obra explora a dor, resiliência e a luta de uma mãe em meio à repressão militar. O filme foi lançado em 7 de novembro de 2024 e representa o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar.
Contexto e enredo
- Ambientação: Ambientado em uma casa à beira-mar, o filme mostra a vida da família Paiva antes e depois da tragédia, com cenas que refletem o caos e a harmonia de um lar com cinco crianças.
- Tragédia e ditadura: O desaparecimento de Rubens Paiva, deputado que lutava contra a repressão, em 1971, serve de ponto de partida para o filme, abordando como essa tragédia alterou o destino da família.
- Representação materna: Eunice, interpretada por Fernanda Torres, enfrenta o desafio de cuidar dos filhos sozinha e se torna uma muralha para protegê-los, enquanto luta para que o desaparecimento do marido seja reconhecido como um crime de Estado.
Pontos relevantes e impacto cultural
- Família e maternidade: Fernanda Torres, que vive Eunice, explora a luta da mãe em situações de sofrimento, destacando a figura da mulher forte que segura a família unida.
- Luta por justiça: O filme aborda a luta de Eunice em busca de justiça pelo desaparecimento do marido e o sofrimento imposto pelo regime militar.
- Oscar e reconhecimento: Premiado no Festival de Veneza e cotado para o Oscar, o filme representa o Brasil e simboliza a memória dos abusos sofridos durante a ditadura militar.
- Mensagem universal: Torres aponta que a obra pode emocionar pessoas de todas as ideologias, ao retratar a força e a resistência frente a grandes adversidades.
Participação e papel de Fernanda Montenegro
Originalmente, Fernanda Montenegro viveria Eunice Paiva em uma fase mais avançada, quando esta já sofria de Alzheimer, mas optou por uma participação menor. Mesmo assim, Montenegro aparece na cena final, simbolizando a força e resistência da personagem em seus últimos dias.
Justiça e caso Rubens Paiva
Apesar da confirmação da morte de Rubens Paiva 40 anos depois do assassinato, o caso permanece sem responsabilização dos culpados. A Comissão Nacional da Verdade investigou e apontou os suspeitos, mas, após diversas instâncias judiciais, o caso está parado no Supremo Tribunal Federal (STF). Abaixo, uma tabela com o resumo das principais etapas judiciais:
- Investigação CNV: Comissão Nacional da Verdade identificou suspeitos da morte de Rubens Paiva.
- Denúncia pelo MPF (2014): Ministério Público Federal denunciou cinco ex-militares pelo homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa armada.
- Decisão da Justiça Federal: Denúncia foi aceita e confirmada pelo Tribunal Regional da 2ª Região, com negativa do habeas corpus.
- Paralisação pelo STF (2014): Supremo Tribunal Federal concedeu liminar suspendendo o processo; o ministro Alexandre de Moraes pediu uma nova manifestação da Procuradoria Geral da República.
Ainda Estou Aqui é mais que uma produção cinematográfica; é um retrato da luta pela verdade e justiça no Brasil. Representando a resiliência de Eunice Paiva, a obra destaca o impacto pessoal e social da ditadura militar, oferecendo uma reflexão profunda sobre o papel das mulheres e das famílias em tempos de adversidade. Como bem pontuou Fernanda Torres, a esperança é que o filme inspire os brasileiros a revisitarem os cinemas e reconheçam o valor da memória histórica.