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terça-feira, 26 de novembro de 2024 às 09:40 GMT+0
Análise: "Guerra da Carne": - O que está de fato por trás do conflito entre Brasil e França e que vai além do comércio
A chamada “guerra da carne” entre Brasil e França transcende questões comerciais e se posiciona como um conflito de ordem política e geopolítica, com implicações econômicas e estratégicas significativas.
Contexto da disputa
- Motivação aparente: A decisão de uma grande rede de supermercados francesa de não comercializar carnes do Mercosul foi justificada com alegações de problemas de qualidade.
- Realidade subjacente: A atitude reflete um movimento protecionista com o objetivo de resguardar os agricultores franceses e atender interesses políticos locais.
Importâncias e relevâncias
Impacto econômico limitado, mas simbólico
- O volume de carne exportado pelo Brasil para a França é pequeno em termos financeiros, mas o gesto carrega um peso político significativo.
- A ação da rede de supermercados parece estar alinhada com os interesses do governo francês, demonstrando a confluência entre comércio e política.
Efeitos do protecionismo no cenário internacional
- O protecionismo europeu, especialmente na França, intensifica uma concorrência desleal, pois o Brasil, como superpotência agrícola, apresenta custos e eficiência superiores.
- A chegada de Donald Trump ao poder nos EUA pode agravar o protecionismo global, ampliando o desafio para países exportadores como o Brasil.
Influência das regras europeias
- As regras impostas pela União Europeia têm impacto além de suas fronteiras, moldando mercados globais e impondo barreiras indiretas aos produtos brasileiros.
- Este modelo reflete o uso da política comercial como ferramenta de poder geopolítico.
Comparação histórica
- A situação atual remete à disputa entre Brasil e França na década de 1960 sobre os direitos de pesca de lagostas. A França tentou redefinir a natureza da lagosta (se nadava ou andava) para justificar seu direito à pesca em águas brasileiras. Agora, a tentativa de manipulação se manifesta em novos contornos, com foco na indústria da carne.
A “guerra da carne” é um exemplo emblemático de como questões comerciais podem ser manipuladas para atender interesses políticos e geopolíticos. Embora o impacto econômico direto seja limitado, o Brasil enfrenta desafios significativos ao lidar com práticas protecionistas e a influência regulatória da Europa. A disputa destaca a necessidade de estratégias diplomáticas e comerciais eficazes para proteger a posição do país como líder global no setor agrícola.