"Cultura da crueldade" na política: Como a desumanização e o ódio estão moldando o mundo atual

Vamos pensar em um mundo onde a dor e o sofrimento de certos grupos de pessoas são não apenas ignorados, mas celebrados. Isso é o que o acadêmico Henry A. Giroux chama de "cultura da crueldade". Nos últimos anos, especialmente sob lideranças como a de Donald Trump nos Estados Unidos, a crueldade parece ter se tornado uma ferramenta política. Mas o que isso significa? Por que isso está acontecendo? E como isso afeta a todos nós?
O que é a cultura da crueldade?
Definição: A cultura da crueldade é um conceito que descreve como a dor e o sofrimento de certos grupos são normalizados e até incentivados na política.
Exemplos práticos:
- Imigrantes sendo deportados em massa, algemados e tratados como criminosos.
- Propostas polêmicas, como transformar áreas devastadas pela guerra (como Gaza) em resorts de luxo.
- Redução de programas de ajuda humanitária, como o desmantelamento da USAID.
Ideia central: A crueldade não é mais algo escondido; ela é celebrada e usada como estratégia política.
Por que isso está acontecendo agora?
Contexto histórico:
- A crueldade sempre existiu na política, como nas leis de segregação racial nos EUA ou nos campos de concentração para japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
- A diferença agora é que ela não está mais escondida. Pelo contrário, é mostrada abertamente e até comemorada.
Neoliberalismo:
- A partir dos anos 1980, o neoliberalismo (uma ideia que prioriza o lucro acima de tudo) começou a minar a noção de responsabilidade social.
- As pessoas passaram a ser vistas como "descartáveis" se não contribuíssem para o sistema econômico.
Como a crueldade se manifesta na política?
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Linguagem desumanizadora:
Líderes como Trump usam palavras que desvalorizam certos grupos, como imigrantes, pessoas trans e minorias. -
Políticas cruéis:
Exemplos incluem a separação de famílias na fronteira dos EUA e a proposta de enviar deportados para Guantánamo, um local associado à tortura. -
Ataques a programas sociais:
Programas de diversidade, equidade e inclusão estão sendo eliminados, o que prejudica grupos historicamente marginalizados.
A educação e a "ignorância fabricada"
O que é ignorância fabricada?
- É quando a mídia e a educação são controladas para espalhar desinformação e promover o ódio.
Impacto:
- As pessoas ficam menos críticas e mais propensas a aceitar discursos de ódio e intolerância.
- Isso mina a democracia, que depende de cidadãos bem-informados.
A crueldade não é só nos EUA: É um fenômeno global
Exemplos internacionais:
- Na Hungria, o líder Viktor Orbán promove políticas anti-imigração e ataca a democracia.
- Na Alemanha, partidos de extrema-direita defendem a expulsão de refugiados com "crueldade bem afinada".
Por que isso é preocupante?
- Quando o país mais poderoso do mundo (os EUA) adota essas práticas, isso influencia outros países e torna o problema global.
O que é o fascismo moderno?
Características:
- Nacionalismo extremo (a ideia de que só um grupo de pessoas merece direitos).
- Rejeição ao Estado de direito (as leis não valem para todos).
- Uso da violência como ferramenta política.
Trump como exemplo:
- Giroux define o governo Trump como fascista, baseado no nacionalismo cristão branco e na glorificação da violência.
Como resistir a essa cultura?
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Educação crítica:
Precisamos de uma educação que ensine as pessoas a pensar de forma crítica e a questionar o que veem na mídia. -
Movimentos coletivos:
A resistência precisa ser ampla e multirracial, unindo pessoas de diferentes origens para lutar por justiça. -
Valores democráticos:
É preciso resgatar valores como compaixão, igualdade e inclusão, mostrando como eles beneficiam a todos.
O que podemos esperar no futuro?
1.
Cenário atual: A crueldade está se normalizando rapidamente, e as políticas desumanizadoras estão se espalhando.
2.
Esperança: Giroux acredita que os jovens, especialmente os que se sentem excluídos pela política atual, podem liderar uma resistência poderosa.
3.
Chamado à ação: Precisamos agir agora, antes que a cultura da crueldade se torne ainda mais enraizada.
A cultura da crueldade não é apenas um problema distante, que afeta apenas políticos ou países específicos. Ela influencia como vemos o mundo, como tratamos os outros e como construímos nossa sociedade. Entender esse fenômeno é o primeiro passo para combatê-lo. A pergunta que fica é: o que você pode fazer para promover mais compaixão e justiça no seu dia a dia? A resposta pode ser o começo de uma mudança significativa.