Eleições EUA 2024: Por que a apuração dos votos promete ser uma batalha de tensão, judicialização e desinformação?
As eleições presidenciais dos EUA de 2024 enfrentam uma grande expectativa de contagem de votos lenta e potencialmente tumultuada. Observadores eleitorais e especialistas identificaram diversos desafios que podem comprometer a ordem do processo de apuração. Entre os principais motivos, destacam-se a falta de padronização nas regras eleitorais entre os Estados, a possibilidade de judicialização das disputas e a desinformação impulsionada por declarações de candidatos.
Fatores críticos para a apuração dos votos
Federalismo e falta de padronização
- Nos EUA, cada Estado possui autonomia para estabelecer suas próprias regras de votação e apuração, resultando em uma grande disparidade nos procedimentos eleitorais. Enquanto Estados como a Califórnia têm sistemas modernos e inclusivos, outros como a Carolina do Norte enfrentam dificuldades com filas longas e menos acessibilidade, o que gera atrasos na apuração.
Estados-pêndulos e recontagens
- Sete Estados-pêndulos, como Pensilvânia e Geórgia, concentram disputas acirradas entre candidatos. Quando a diferença de votos é muito pequena, recontagens obrigatórias são acionadas, prolongando o processo. Em Estados como Michigan e Wisconsin, onde há regras específicas para recontagens, a margem mínima de diferença varia, o que também contribui para a incerteza nos resultados.
Possíveis declarações antecipadas de vitória
- Observadores apontam para o risco de um dos candidatos declarar vitória antes da finalização oficial da contagem, especialmente em Estados decisivos. Esse tipo de atitude, comum em 2020, pode alimentar suspeitas de fraude e descredibilizar o processo eleitoral.
Judicialização da disputa
- A eleição de 2024 já registra mais de 200 ações judiciais em diversos Estados. Em Geórgia, por exemplo, novas regras eleitorais foram contestadas judicialmente antes do pleito, devido a exigências que prolongariam a apuração. Outras ações incluem acusações contra Elon Musk, proprietário da plataforma X, que enfrenta questões legais sobre sua influência na eleição.
Desinformação e violência
- Há um risco significativo de que a desinformação, alimentada por redes sociais e declarações dos candidatos, motive atos de violência. Em Estados como Arizona e Wisconsin, estruturas de segurança foram reforçadas para proteger trabalhadores eleitorais de possíveis ataques. Além disso, caixas de correios com votos foram incendiadas, causando perdas de votos.
Insegurança e proteção aos oficiais eleitorais
- Nos últimos anos, oficiais eleitorais, especialmente no Arizona, enfrentaram ameaças de violência. Em 2022, durante as eleições legislativas, houve um aumento substancial na segurança com o uso de barricadas, policiais e até helicópteros para evitar incidentes.
A eleição de 2024 nos EUA será marcada por desafios significativos relacionados à contagem de votos, judicialização e desinformação, fatores que podem estender o processo de apuração e questionar a legitimidade do resultado. A criação de diretrizes federais padronizadas para a apuração e maior investimento em segurança e combate à desinformação são medidas essenciais para assegurar a integridade do processo eleitoral nos próximos ciclos.