Israel e Gaza: O polêmico 'Plano dos Generais' que impõe 'Renda-se ou morra de fome' ao Hamas e civis
No contexto da guerra entre Israel e o Hamas, um novo plano militar, conhecido como o "Plano dos Generais", está sendo apontado como uma possível estratégia para resolver o impasse no conflito. Desenvolvido por oficiais reformados das Forças de Defesa de Israel (FDI), liderados pelo major-general aposentado Giora Eiland, a proposta tem como objetivo forçar a rendição do Hamas e libertar reféns capturados em 2023.
Contexto da guerra
Desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023, a região norte de Gaza tem sido alvo de intensos bombardeios. A estratégia militar de Israel envolve alertar os civis em áreas específicas, como o bloco "D5", para evacuar em direção ao sul através da estrada Salah al-Din, a principal via norte-sul. Essa medida faz parte de um esforço para criar zonas de combate no norte, onde as FDI intensificam suas operações contra o Hamas. No entanto, a mensagem dos militares não sugere que os civis possam retornar tão cedo, o que tem gerado grande incerteza entre os moradores.
Efeitos humanitários e resposta do Hamas
- Situação humanitária: A pressão militar israelense sobre Gaza tem agravado uma já catastrófica crise humanitária. Agências da ONU, como o Programa Mundial de Alimentos (PMA), relataram que a ofensiva teve um impacto devastador na segurança alimentar de milhares de famílias palestinas. As passagens para o norte de Gaza foram bloqueadas desde 1º de outubro de 2024, impedindo a entrada de suprimentos de alimentos.
- Posição do Hamas: Enquanto as FDI pedem que a população evacue, o Hamas recomenda que os civis permaneçam em suas casas. O grupo argumenta que o sul de Gaza é tão perigoso quanto o norte, e promete que os moradores poderão retornar. Essa divergência nas instruções tem criado um dilema para os palestinos que tentam decidir entre fugir ou permanecer em meio aos ataques.
Plano dos Generais
O "Plano dos Generais", sugerido por Giora Eiland, propõe uma abordagem mais extrema. De acordo com Eiland, os 300 mil a 400 mil civis que ainda vivem no norte de Gaza deveriam ser forçados a evacuar em um período de 10 dias, após o qual a região se tornaria uma zona militar. Aqueles que permanecessem seriam tratados como combatentes inimigos, enfrentando duas opções: "se render ou morrer de fome"
.
- Bloqueio total: O plano inclui o fechamento completo da região, sem a entrada de suprimentos básicos, como alimentos e água. A ideia é que a pressão sobre a população civil levaria ao colapso do Hamas.
- Críticas internacionais: Organizações humanitárias e a ONU têm criticado a tática, alertando que essa abordagem pode resultar em graves violações dos direitos humanos e agravar ainda mais a crise humanitária em Gaza.
Impactos para os civis
A população civil em Gaza enfrenta um dilema: evacuar para o sul, que também é perigoso, ou permanecer no norte e enfrentar o bloqueio militar. A pressão psicológica e física sobre os civis tem sido enorme, com relatos de que muitos estão sendo feridos ou mortos enquanto tentam se deslocar para áreas seguras. A falta de recursos essenciais, como combustível para geradores hospitalares, e o fechamento de padarias e cozinhas móveis têm intensificado o sofrimento.
Principais pilares do conflito e plano dos generais
- Plano dos Generais: Forçar a evacuação de civis no norte de Gaza em 10 dias e transformar a área em zona militar
- Impacto Humanitário: Agravamento da crise humanitária, com falta de alimentos, água e cuidados médicos
- Posição de Israel: Intensificação da pressão militar para tentar destruir o Hamas
- Resposta do Hamas: Instruir civis a permanecerem no norte, alegando que o sul é igualmente perigoso
- Críticas: ONU e agências de ajuda humanitária alertam sobre violações dos direitos humanos e piora das condições humanitárias
O "Plano dos Generais" representa uma tática extrema por parte de Israel para tentar quebrar o Hamas. Contudo, o custo humanitário dessa abordagem é imenso, com civis enfrentando um dilema entre fugir ou permanecer em uma zona de guerra. A pressão internacional sobre Israel para que respeite os direitos humanitários dos civis em Gaza está aumentando, enquanto o conflito continua a destruir vidas e infraestrutura na região.