O novo mapa do Oriente Médio: O plano de Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou recentemente mapas na Assembleia Geral da ONU onde os territórios palestinos não aparecem, sugerindo um novo redesenho geopolítico para o Oriente Médio. Este movimento reflete uma escalada nos conflitos em várias frentes: Gaza, Cisjordânia, Líbano e também uma crescente tensão com o Irã. Abaixo, analisamos os principais pontos desse plano, os desdobramentos e o impacto geopolítico dessa nova estratégia.
Conflito em Gaza
- A ofensiva militar em Gaza: Após os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixaram cerca de 1.200 mortos, Israel iniciou uma ofensiva intensa. Até 90% da população de Gaza (2,2 milhões de pessoas) foi deslocada.
- Colonização e controle: Há discussões no governo israelense sobre reocupar a Faixa de Gaza. Desde o início do conflito, o número de mortos palestinos atingiu cerca de 42 mil, segundo fontes de Gaza.
Cisjordânia e expansão de assentamentos
- Aumento de colonização: Em 2024, o governo de Netanyahu aprovou a maior apreensão de terras palestinas em três décadas, permitindo uma expansão sem precedentes de colonos judeus extremistas na região.
- Impacto da política: Essas ações estão enfraquecendo qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados, aumentando a tensão e violência com a população palestina da Cisjordânia.
Conflito no sul do Líbano
- Invasão e ocupação parcial: Israel destacou cerca de 15 mil soldados para o sul do Líbano e ocupou aproximadamente 25% do território do país. A ONU confirma a evacuação de centenas de vilas na região.
- Histórico de confrontos: Após uma série de confrontos com a milícia Hezbollah, Israel intensificou sua presença militar, sugerindo uma possível tentativa de expansão fronteiriça.
Expansão e nova geopolítica
- O redesenho das fronteiras: Analistas acreditam que Israel tenta expandir sua soberania total sobre todo o território palestino, enquanto o governo israelense radicaliza suas ações contra territórios historicamente disputados.
- Visão expansionista: Ministros israelenses como Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir defendem publicamente a ocupação e colonização total de Gaza e da Cisjordânia.
Ameaça do Irã
- Escalada com o Irã: Israel está atolado em uma guerra paralela com o Irã, que apoia milícias regionais, como o Hezbollah e os houthis no Iêmen. Em outubro de 2024, o Irã lançou quase 200 mísseis balísticos contra Israel, levando a uma escalada perigosa no conflito.
- Resposta de Israel: Israel promete uma resposta militar "mortal e precisa", embora ainda não tenha especificado detalhes de suas ações futuras.
O papel dos Estados Unidos
- Limites e apoio americano: O governo de Joe Biden impôs limites a Israel, evitando que o país mire nas instalações nucleares e petrolíferas do Irã, especialmente a poucas semanas das eleições presidenciais americanas.
- Normalização com países árabes: A estratégia dos EUA também envolveu a normalização das relações de Israel com países árabes, como Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, alterando o equilíbrio de poder na região.
Israel está redesenhando o mapa do Oriente Médio em meio a uma série de confrontos em várias frentes. Enquanto busca expandir seu controle sobre Gaza, Cisjordânia e até mesmo partes do Líbano, as tensões com o Irã elevam os riscos de uma guerra de proporções ainda maiores. O papel dos EUA é crucial para equilibrar a situação, limitando as ações de Israel e promovendo a normalização de relações com países árabes. Entretanto, o futuro da região permanece incerto, com um cenário cada vez mais volátil e uma solução de dois Estados mais distante do que nunca.