Plano de golpe no Brasil: Detalhes da 'Operação 142' revelados pela polícia federal
A Polícia Federal revelou detalhes de um plano intitulado "Operação 142", encontrado na sede do Partido Liberal (PL), associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento, elaborado à mão, descreve um passo a passo para um golpe de Estado visando impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições presidenciais de 2022. O plano foi achado na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Braga Netto, ex-candidato à vice-presidência na chapa de Bolsonaro.
Principais elementos do plano
Objetivo Final:
- "Lula não sobe a rampa", ou seja, impedir a posse do presidente eleito.
Estratégias propostas:
- Anulação das Eleições de 2022: Reverter o resultado legítimo das urnas.
- Prorrogação de mandatos: Manter no poder os políticos atuais.
- Reestruturação do TSE: Substituição completa dos integrantes do Tribunal Superior Eleitoral.
- Preparação de novas eleições: Organizar pleitos sob controle do grupo golpista.
- Mobilização das tropas: Ensaiar ações diretas para controle físico e político.
- Anulação de atos do STF: Deslegitimar decisões do Supremo Tribunal Federal.
- Discurso público: Uso de cadeia nacional de rádio e TV para justificar as ações.
Mobilização política e jurídica:
Convocação do conselho da República e de Defesa.
- Utilização do artigo 142 da Constituição Federal para justificar a intervenção militar.
- Envolvimento de juristas e formadores de opinião.
O relatório da Polícia Federal
- Interpretação do documento: A PF concluiu que o plano reflete uma intenção clara de romper com o Estado Democrático de Direito, com base em uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição, que trata do papel das Forças Armadas.
- Datação: Acredita-se que o esboço tenha sido elaborado entre novembro e dezembro de 2022, no período pós-eleitoral.
- Análise jurídica: O documento estava dentro de uma pasta intitulada "memórias importantes", reforçando o caráter estratégico do plano.
Repercussões
- Revelação Pública: O sigilo sobre o relatório foi levantado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, tornando as informações acessíveis.
- Indiciados: Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram incluídas no indiciamento, entre elas militares e membros próximos ao ex-presidente.
- Impacto jurídico e político: Este episódio reforça investigações sobre a tentativa de subverter a democracia brasileira.
O plano detalhado na "Operação 142" evidencia a gravidade da tentativa de golpe e a ameaça direta ao Estado Democrático de Direito no Brasil. A divulgação dessas informações não apenas reforça a importância da transparência e vigilância institucional, mas também expõe as consequências de ações que visam deslegitimar a soberania popular. O episódio destaca a necessidade de medidas rigorosas para proteger a democracia e responsabilizar os envolvidos em iniciativas antidemocráticas.