Desmistificando o Exame de Próstata: A Prevenção sem preconceitos
A cada hora, oito homens brasileiros são diagnosticados com câncer de próstata, uma condição que resulta em 16,3 mil mortes anuais no país. Considerado o segundo câncer mais prevalente em homens, a detecção precoce tornou-se crucial. Historicamente, as campanhas promoviam exames regulares, incluindo o PSA (antígeno específico da próstata) e o temido toque retal. Contudo, recentemente, debates emergiram sobre a necessidade desses exames.
Importância dos Exames:
-
Risco de Sobretratamento: Notas técnicas do Instituto Nacional de Câncer e Ministério da Saúde alertam para o risco de sobretratamento de tumores pouco agressivos, que não representam uma ameaça real à vida.
-
Complexidades da Biópsia: A necessidade de biópsias, quando indicada pelos exames, é questionada devido a complicações como dor, sangramento e infecções, além de ansiedade e estresse nos pacientes.
-
Eficácia do Toque Retal em Debate: A polêmica gira em torno da eficácia do toque retal como método de detecção. Críticos questionam sua precisão e apontam para a resistência cultural e psicológica dos homens, tornando-o menos aceitável como prática regular.
-
Posicionamento do Inca/Ministério da Saúde: O rastreamento populacional é contraindicado por essas entidades, pois os riscos superariam os benefícios. Estudos indicam que, embora haja uma redução na mortalidade, os danos à saúde dos homens são significativos.
Divergências de Opinião:
-
SBU Defende Individualização: A Sociedade Brasileira de Urologia preconiza uma abordagem individualizada, levando em consideração fatores como idade, histórico familiar e grupo de risco. A decisão compartilhada com o paciente é enfatizada.
-
Estratégia Inteligente e Direcionada: Especialistas como o médico Gustavo Guimarães propõem um rastreamento inteligente e direcionado, focado nos grupos de maior risco, para equilibrar a detecção precoce e os recursos disponíveis.
O debate sobre a realização de exames periódicos para detectar o câncer de próstata revela a necessidade de uma abordagem personalizada. A polêmica em torno da eficácia do toque retal adiciona um componente cultural e psicológico à discussão. O rastreamento indiscriminado é desaconselhado devido aos riscos de sobretratamento. A busca por estratégias direcionadas, considerando fatores individuais, é vista como um caminho mais sensato. Em última análise, a participação ativa dos homens nas decisões sobre sua saúde é crucial, destacando a importância da informação compartilhada entre médicos e pacientes.