Dor crônica x Dor comum: Como diferenciar e tratar?
A dor crônica afeta cerca de 37% dos brasileiros acima de 50 anos, sendo mais prevalente em mulheres, pessoas de baixa renda e pacientes com artrite, sintomas depressivos ou histórico de hospitalizações. Este tema foi abordado no programa CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista, com os especialistas Dr. André Macedo, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, e Dr.ª Ana Luisa Calich, reumatologista do Hospital Sírio-Libanês. Eles discutem as diferenças entre dor comum e crônica, suas causas e abordagens de tratamento.
Diferença entre dor comum e dor crônica
- Definição de dor crônica: Dor persistente por mais de três meses, muitas vezes sem lesão aparente, mas acompanhada de transtornos como ansiedade e depressão.
- Dor comum: Geralmente associada a uma lesão temporária e desaparece com a recuperação.
Dr.ª Calich ressalta que a dor crônica é uma condição complexa que afeta tanto o corpo quanto a mente, exigindo uma abordagem integrada.
Tipos de dor crônica mais comuns
- Dor lombar e de cabeça: As mais incapacitantes, com grande impacto em produtividade e custos de saúde.
- Artrose de quadril e joelho: Comum em idosos.
- Fibromialgia: Afeta principalmente mulheres (7 a 9 em cada 10 casos), caracterizada por dor muscular difusa e outros sintomas como fadiga e transtornos do sono.
- Herpes zoster: Infecção viral que pode levar à dor neuropática persistente.
Dr. Macedo destaca que o custo anual relacionado à dor crônica pode ultrapassar US$ 500 bilhões nos EUA, com impactos semelhantes no Brasil.
Diagnóstico e desafios
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O diagnóstico da dor crônica é clínico, baseado nos sintomas relatados pelo paciente. Exames muitas vezes não mostram alterações, o que pode levar à desvalorização das queixas pelos próprios pacientes e profissionais de saúde.
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Casos como a fibromialgia, enxaqueca e síndrome do intestino irritável envolvem disfunções na forma como o cérebro processa a dor, dificultando o diagnóstico e o tratamento.
Tratamento multidisciplinar
- Abordagem integrada: Inclui médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais.
- Mudança de estilo de vida: Atividade física e psicoterapia têm destaque no controle da dor.
- Cuidados ao se exercitar: É essencial buscar orientação profissional para evitar lesões e adaptar a prática às necessidades individuais.
Segundo os especialistas, o uso excessivo de opioides, embora comum, não é a melhor solução para a maioria dos casos e deve ser evitado.
A dor crônica é uma condição multifacetada, com impacto significativo na qualidade de vida, produtividade e economia. Sua gestão requer um diagnóstico preciso, tratamento multidisciplinar e mudanças comportamentais. A conscientização sobre suas características é essencial para um enfrentamento eficaz e para melhorar a vida dos pacientes.