Mudanças causadas pela Covid longa no cérebro detectadas em pesquisa
Uma pesquisa inovadora conduzida por cientistas do Hospital Universitário de Freiburg, na Alemanha, revelou pela primeira vez alterações cerebrais em pessoas afetadas pela Covid longa, quando comparadas àquelas que se recuperaram totalmente da Covid-19. Os resultados foram apresentados no encontro anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte.
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Importância da Covid Longa:
A Covid longa é uma condição persistente, afetando de 10% a 25% dos pacientes, que não se recuperam completamente mesmo após a fase aguda da infecção. Sintomas como confusão mental, dificuldade de concentração, fadiga e anosmia podem perdurar por meses ou anos. -
Método Inovador:
A pesquisa utilizou uma nova técnica de ressonância magnética chamada Imageamento de Microestrutura por Difusão (DMI), mais sensível que métodos convencionais. Essa técnica registra o movimento das moléculas de água nos tecidos, oferecendo detalhes microestruturais do cérebro. -
Descobertas da Pesquisa:
As imagens obtidas revelaram padrões específicos de mudanças na microestrutura do cérebro de pessoas com Covid longa, distintos daqueles que se recuperaram da doença. Surpreendentemente, mesmo aqueles sem prejuízos após uma infecção por Covid-19 apresentaram alterações microestruturais. -
Importância dos Resultados:
A pesquisa identificou redes cerebrais afetadas associadas a sintomas da Covid longa, como anosmia, fadiga e problemas cognitivos. Isso sugere uma base patofisiológica para a síndrome, indicando que as mudanças no cérebro estão correlacionadas com os sintomas persistentes.
Os cientistas planejam realizar acompanhamentos para monitorar os sintomas e mudanças cerebrais ao longo do tempo. Essa pesquisa oferece insights cruciais para entender a Covid longa, destacando a importância de investigar as ramificações neurológicas da doença e desenvolver estratégias de manejo adequadas.
A pesquisa não apenas lança luz sobre as alterações cerebrais decorrentes da Covid longa, mas também destaca a necessidade contínua de explorar os efeitos a longo prazo da doença no organismo, abrindo caminho para intervenções mais eficazes e direcionadas.