Revolução na medicina brasileira : Inteligência Artificial Explicável acelera descoberta de medicamentos seguros e eficazes
A pesquisa liderada por André Silva Pimentel, cientista do Nosso Estado da FAPERJ e professor associado do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, utiliza Inteligência Artificial Explicável (IAE) para desenvolver novos medicamentos. A IAE permite análises mais transparentes e compreensíveis, facilitando o desenvolvimento de substâncias terapêuticas seguras e eficazes.
Importância e Relevância
- Velocidade e Custo: O método acelera o processo de descoberta de medicamentos, reduzindo custos.
- Segurança e Precisão: A IAE melhora a compreensão dos mecanismos de ação, aumentando a precisão na identificação de moléculas promissoras.
- Aplicações Neurológicas: O estudo facilita a entrada de medicamentos no cérebro, crucial para tratar doenças neurológicas.
- Toxicologia: A metodologia ajuda a identificar compostos tóxicos, prevenindo mutações genéticas e câncer.
- Disruptores Endócrinos: Pesquisa em andamento visa identificar substâncias que interferem no sistema hormonal.
Aplicações no Cérebro
A pesquisa focou na melhoria da entrada de medicamentos no cérebro, atravessando a barreira hematoencefálica. Este avanço é fundamental para tratar condições como:
- Dores de cabeça
- Doenças emocionais
- Doenças neurodegenerativas
- Meningites
- Cânceres
Composição da Barreira Hematoencefálica
A barreira hematoencefálica é composta principalmente por gordura, influenciando a permeabilidade de certos compostos. Grupos químicos específicos, como nitrogênio, flúor e cloro, desempenham papéis cruciais na sua travessia.
- Nitrogênio: Cloroquina, Anfetamina, Analgésicos opioides - Aumenta a permeabilidade ao cérebro
- Flúor e Cloro: Corticosteroides - Facilitam a dissolução em gorduras
Compostos Tóxicos
Outro estudo publicado na revista Molecular Systems Design & Engineering identificou compostos mutagênicos que devem ser evitados no desenvolvimento de medicamentos:
- Aminas aromáticas: Usadas em corantes.
- Amidas aromáticas: Presentes em antigos analgésicos.
- Nitrocompostos: Encontrados em explosivos.
- Carboxamidas: Utilizadas em fungicidas.
- Azidas: Agentes de conservantes químicos.
- Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: Comuns na fumaça de cigarro e alimentos grelhados.
Outras Aplicações
A IAE também está sendo utilizada para identificar disruptores endócrinos que mimetizam hormônios humanos, como:
- Esteroides: Em anabolizantes e anticoncepcionais.
- DDT: Inseticida.
- BPA: Utilizado na fabricação de plásticos.
A pesquisa de André Silva Pimentel com a IAE oferece uma metodologia inovadora e explicável para o desenvolvimento de medicamentos. Suas aplicações vão desde a melhoria da permeabilidade de medicamentos ao cérebro até a identificação de compostos tóxicos e disruptores endócrinos. Esses avanços têm o potencial de revolucionar a indústria farmacêutica, promovendo tratamentos mais eficazes e seguros.