Saúde mental infantil: Falta de independência como aumento de ansiedade, depressão e suicídio em crianças
Nas últimas décadas, o aumento alarmante de transtornos mentais em crianças e adolescentes, incluindo ansiedade, depressão e suicídios, tem despertado preocupações globais. Em 2021, a Academia Americana de Pediatria declarou uma crise na saúde mental infantil nos Estados Unidos. O psicólogo Peter Gray, pesquisador na área, destaca em um artigo a relação direta entre essa "epidemia de psicopatologia" e a redução gradual da independência das crianças ao longo do último meio século.
Importâncias e Relevâncias:
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Diminuição da independência: Gray argumenta que a falta de oportunidades para atividades independentes, afastadas da supervisão adulta, é uma causa significativa para o aumento dos transtornos mentais.
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Bem-Estar mental: Atividades independentes promovem o bem-estar mental, oferecendo satisfação imediata e desenvolvendo resiliência ao longo prazo, essencial para lidar eficazmente com o estresse da vida.
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Evidências de pesquisas: O artigo destaca pesquisas ao longo de décadas, evidenciando a correlação entre a queda na autonomia das crianças e o declínio de sua saúde mental.
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Causa importante: Gray enfatiza que a redução da independência não é a única, mas é uma causa crucial para a crise de saúde mental, necessitando de atenção nacional e internacional.
Desenvolvimento:
- A mudança na percepção da competência e responsabilidade das crianças começou nos anos 1960, com a supervisão excessiva e a ênfase em segurança. Fatores como a popularização da televisão, o aumento das atividades escolares e o medo exagerado de crimes levaram a uma diminuição gradual da liberdade infantil.
Impacto nas Crianças:
- O declínio na independência impacta o desenvolvimento da confiança, capacidade de resolver problemas e enfrentar obstáculos. Gray destaca a necessidade de um aumento gradual da independência desde a infância para desenvolver habilidades e confiança, essenciais para enfrentar a vida adulta.
Causas do Declínio:
- O declínio na autonomia infantil é atribuído a mudanças na sociedade, incluindo a popularização da televisão, a ênfase exagerada na performance escolar e o medo de crimes. A segurança tornou-se uma prioridade, resultando em menos oportunidades para atividades independentes.
Atenção Insuficiente:
- Gray aponta que a mudança tem sido gradual, passando despercebida para muitos, e que a ênfase na segurança é resultado de boas intenções dos pais. Acredita que a relação entre a falta de independência e a crise de saúde mental não recebe a devida atenção.
Redes Sociais como Distração:
- Enquanto muitos especialistas culpam as redes sociais pelo aumento da ansiedade e depressão, Gray argumenta que as pesquisas não sustentam essa correlação. Ele destaca que problemas mentais já estavam em ascensão antes da popularização da internet.
Para combater a crise de saúde mental, Gray sugere que pais, escolas e comunidades priorizem o retorno de atividades independentes para crianças. Ele enfatiza a necessidade de uma abordagem gradual, encorajando pais a reavaliarem a segurança excessiva e a promoverem ambientes onde as crianças possam desenvolver habilidades essenciais para a vida adulta. A independência, segundo Gray, é fundamental para o bem-estar mental das futuras gerações.