"Terapia Pet" na saúde pública: Como animais de estimação estão transformando hospitais e clínicas em ambientes mais acolhedores

Imagine entrar em um hospital ou clínica e, em vez de sentir aquele clima pesado e tenso, se deparar com um ambiente mais descontraído, onde animais de estimação trazem conforto e alegria. Essa é a proposta da terapia pet em serviços de saúde, uma prática que vem ganhando espaço no mundo todo e que pode revolucionar a forma como enxergamos o atendimento médico. No Brasil, onde os pets são tratados como membros da família, essa ideia está alinhada com a Política Nacional de Humanização (PNH), que busca tornar o sistema de saúde mais inclusivo e acolhedor. Vamos explorar por que essa prática é tão importante, seus benefícios, desafios e como ela pode ser implementada de forma segura e eficaz.
Por que os pets são tão importantes na vida das pessoas?
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Conexão emocional profunda: Muitos tutores consideram seus animais de estimação como parte da família. Alguns até afirmam amar mais seus pets do que pessoas próximas. Essa relação especial faz com que a presença dos animais traga conforto e segurança em momentos difíceis.
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População pet no Brasil: O país tem a terceira maior população de animais de estimação do mundo, o que reforça a necessidade de adaptar os serviços de saúde para atender às demandas dessa realidade.
Benefícios da terapia pet em hospitais e clínicas
1. Redução do estresse e ansiedade:
- Para pacientes: A interação com animais pode diminuir a tensão, oferecendo uma distração das preocupações e promovendo sensação de bem-estar.
- Para profissionais da saúde: A presença dos pets pode ajudar a reduzir o burnout, tornando o ambiente de trabalho mais leve e agradável.
2. Maior adesão aos tratamentos:
- Para muitas pessoas, especialmente aquelas em situação de rua ou com transtornos psicológicos graves, a possibilidade de levar seu pet para consultas ou internações pode ser um incentivo para buscar ajuda médica.
3. Melhoria na comunicação entre pacientes e equipe de saúde:
- Falar sobre os pets pode quebrar o gelo e criar um vínculo de confiança entre pacientes e profissionais, facilitando o diálogo e o acompanhamento médico.
Desafios e como superá-los
Preocupações com higiene e segurança:
- Riscos como transmissão de doenças podem ser minimizados com protocolos rigorosos, como laudos veterinários, controle de higiene e delimitação de áreas específicas para os pets.
- Experiências como a do Juravinski Hospital, no Canadá, mostram que, com medidas adequadas, os riscos são comparáveis aos de visitas de familiares.
Preparo da equipe de saúde:
- Profissionais precisam ser treinados para lidar com a presença de animais e para gerenciar situações como alergias ou fobias de outros pacientes.
Questões comportamentais:
- É essencial garantir que a presença dos pets não cause transtornos a outros pacientes ou profissionais. Isso inclui escolher animais com temperamento adequado e supervisionar as interações.
Ampliando horizontes: A visão "One Health"
A abordagem "One Health" (Uma Só Saúde) reconhece que a saúde humana, animal e ambiental estão interligadas. Incluir pets na rede de saúde não é apenas uma forma de trazer conforto emocional, mas também uma maneira de integrar essa visão holística, promovendo um cuidado mais abrangente e alinhado com as necessidades da sociedade.
Um futuro mais inclusivo e acolhedor
A terapia pet em serviços públicos de saúde é uma ideia que vai além do simples conforto emocional. Ela representa uma mudança significativa na forma como entendemos e praticamos a saúde, tornando os serviços mais humanos, inclusivos e adaptados às necessidades da população. Apesar dos desafios, estudos e experiências práticas mostram que, com protocolos adequados e a colaboração de todos os envolvidos, é possível criar um ambiente onde pacientes, profissionais e pets convivam de forma harmoniosa e benéfica. Que tal imaginar um futuro onde os hospitais sejam lugares mais acolhedores, graças à presença desses pequenos grandes aliados?