Mortes por calor triplicarão até 2100: O impacto das mudanças climáticas na longevidade humana
O envelhecimento da população e as mudanças climáticas são dois dos maiores desafios do século XXI, especialmente quando consideramos o impacto dessas questões na longevidade humana. Recentemente, o Brasil foi atingido por uma onda de frio intensa, que causou a morte de pessoas em situação de rua. Isso gerou questionamentos sobre o aquecimento global, já que muitos esperam ver apenas um aumento constante das temperaturas.
No entanto, enquanto o frio ainda é responsável por um grande número de mortes, estudos indicam que as mortes causadas pelo calor extremo podem triplicar até o final do século. Essa mudança representa uma ameaça crescente para a saúde pública, especialmente para as populações mais vulneráveis.
Impactos das Mudanças Climáticas na Longevidade
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Aumento das Mortes por Calor: Um estudo recente publicado na The Lancet Public Health revela que as mortes por calor na Europa podem aumentar drasticamente até 2100. A pesquisa, que analisou 1.368 regiões em 30 países europeus, sugere que as mortes causadas por temperaturas elevadas podem passar de 43.729 para 128.809 até o final do século, especialmente nas regiões do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia.
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Desigualdades e Vulnerabilidade: O estudo também aponta que as mudanças climáticas tendem a acentuar as desigualdades sociais e econômicas. As pessoas mais afetadas pelo calor e pelo frio extremos são as que vivem em condições mais precárias, como idosos com mais de 85 anos e pessoas de baixa renda. No futuro, mesmo que as mortes por frio continuem a ocorrer, espera-se uma diminuição no número de casos, enquanto as mortes por calor devem aumentar.
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Limitações do Estudo: Apesar de ser uma análise detalhada, o estudo possui algumas limitações, como a falta de dados sobre bebês, além de não considerar diferenças de gênero e etnia. Além disso, o estudo focou apenas em áreas urbanas, onde o estresse térmico é mais intenso. No entanto, as conclusões ainda fornecem informações valiosas que podem ser aplicadas a outras regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Situação no Brasil
- O Brasil enfrenta desafios específicos quando se trata de enfrentar as mudanças climáticas. Grande parte das residências no país são construídas de forma autônoma, sem a orientação de profissionais como arquitetos ou engenheiros, o que pode agravar os efeitos do calor e do frio. Em áreas mais pobres, como favelas, o uso de materiais inadequados, como telhas de zinco, aumenta o risco de mortalidade durante ondas de calor e frio.
O aumento das temperaturas globais e o envelhecimento da população representam uma combinação perigosa para a longevidade humana. No Brasil, onde as desigualdades sociais são profundas, é crucial que as políticas públicas considerem esses fatores e se adaptem para proteger as populações mais vulneráveis. Além de avanços na medicina, é necessário um planejamento urbano e ambiental que leve em conta os impactos das mudanças climáticas, garantindo que todos tenham acesso a condições de vida seguras e confortáveis, independentemente das condições climáticas. A capacidade de uma sociedade garantir uma vida longa e saudável dependerá de sua habilidade em enfrentar esses desafios de forma integrada e equitativa.