Por que algumas pessoas amam animais e outras não? A ciência explica a diferença

O convívio com animais, especialmente pets, está associado a benefícios físicos e mentais, mas nem todas as pessoas desenvolvem o mesmo apego. Enquanto alguns veem os animais como parte da família, outros mantêm distância por motivos variados. Mas o que explica essa diferença? A ciência revela que fatores como personalidade, gênero, experiências pessoais e até evolução biológica influenciam essa conexão.
Personalidade e gênero: Como moldam nossa relação com os animais
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Traços sociáveis vs. dominantes: Pessoas mais sociáveis, que buscam agradar e trabalhar em grupo, tendem a se conectar mais com animais. Já aquelas com personalidade dominante podem ter visões mais hierárquicas, enxergando os animais como inferiores.
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Influência do gênero: Estudos indicam que mulheres, em média, demonstram maior preocupação com os direitos dos animais, possivelmente por fatores culturais e biológicos, como maior propensão à empatia.
Experiências pessoais e cultura: O peso das vivências
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Traumas e alergias: Experiências negativas, como mordidas ou ataques, podem gerar medo, enquanto alergias ou aversão a sujeira afastam algumas pessoas.
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Infância e hábitos: Crescer em ambientes que valorizam animais ou, ao contrário, vê-los como utilitários (como em fazendas) molda a percepção na vida adulta.
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Estilo de vida: Quem viaja muito ou tem rotinas agitadas pode evitar pets por considerá-los uma responsabilidade indesejada.
Empatia e biologia: Predisposições inatas
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Habilidade emocional: Algumas pessoas nascem com maior capacidade de entender e responder às emoções animais, facilitando a conexão.
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Dieta e valores: Vegetarianos e veganos, em geral, mostram maior abertura a novas experiências e preocupação ética, o que amplia sua empatia por diferentes espécies.
Evolução e preferências: Por que amamos alguns animais e ignoramos outros?
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Similaridade com humanos: Mamíferos, como cães e gatos, despertam mais empatia por compartilharem traços sociais e emocionais conosco.
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Cultura urbana: Animais domesticados são mais valorizados em cidades, enquanto espécies selvagens ou de fazenda são menos compreendidas.
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Hierarquia de afeto: Crianças, por exemplo, atribuem mais sentimentos a pets do que a anfíbios ou vacas, refletindo vieses culturais e educacionais.
Ampliando a empatia além das afinidades naturais
A conexão com os animais é influenciada por uma complexa rede de fatores, desde genética até cultura. No entanto, a ciência mostra que nossa capacidade de empatia pode evoluir: se naturalmente nos identificamos mais com espécies parecidas conosco, também podemos aprender a respeitar e valorizar todas as formas de vida. Desafiar estereótipos e reconhecer a inteligência emocional de animais menos "carismáticos" — como pássaros ou invertebrados — é um passo crucial para uma relação mais ética e harmoniosa com o mundo natural.