Reflexão: Será que antes de apontar o dedo e julgar os outros você aponta e enxerga a si mesmo?
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Vivemos em uma era onde julgar os outros se tornou um esporte, mas a capacidade de olhar para os próprios erros parece uma habilidade em extinção. Pessoas que exigem respeito são as mesmas que desrespeitam quando acham conveniente. Defensores da liberdade de expressão só a defendem quando serve aos próprios interesses. Quem grita contra injustiças, frequentemente fecha os olhos para aquelas que não lhe afetam diretamente. A hipocrisia reina, e o pior: muitos se orgulham dela.
Exemplos gritantes de hipocrisia cotidiana
O justiceiro que só vê um lado
- Critica agressivamente os outros por discursos de ódio, mas não vê problema em atacar quem discorda de suas opiniões. A violência verbal se torna aceitável quando está do lado "certo".
- Se diz contra a exclusão e o preconceito, mas não hesita em linchar virtualmente alguém que não compartilha sua visão de mundo.
A indignação seletiva
- Pessoas que condenam bullying quando são vítimas, mas fazem piadas cruéis e humilham os outros sob a desculpa de "zoação".
- Indignam-se com corrupção quando vem de políticos que não apoiam, mas fecham os olhos para os escândalos dos seus favoritos.
O defensor dos fracos e oprimidos… desde que não atrapalhe seus interesses
- Militam ferozmente por causas sociais, mas são abusivos e exploram quem acreditam que está abaixo deles.
- Pregam empatia e inclusão, mas cancelam qualquer um que ouse discordar minimamente de suas opiniões.
O perigo de dar poder a essas pessoas
Quando plataformas e empresas tentam democratizar um espaço, a ideia é permitir que os próprios usuários possam moderar o que aparece em suas telas, bloqueando conteúdos prejudiciais de acordo com seus próprios limites. No entanto, o que muitas vezes acontece é bem diferente: em vez de simplesmente evitar o que não querem consumir, essas pessoas veem na moderação uma ferramenta para controlar e punir os outros.
Se dizem contra a censura, mas querem ver o banimento de quem não gostam.
- Alegam que não bloqueiam ninguém, mas não porque querem ver os diferentes pontos de vista, e sim porque preferem reportar e torcer pela punição alheia.
- Se colocam como “amantes do caos”, provocando reações e depois se fazendo de vítimas.
Se recusam a assumir a responsabilidade por moderar suas próprias telas.
- Ignoram que podem simplesmente filtrar conteúdos que não querem ver.
- Jogam toda a responsabilidade para a plataforma, exigindo que ela resolva o problema por eles.
O discurso de liberdade rapidamente se torna uma desculpa para perseguição seletiva.
- Querem que as regras sejam aplicadas contra os outros, mas nunca contra si mesmos.
- Se escondem atrás de justificativas como "apenas uma brincadeira" quando suas ações provocam reações negativas.
No fim, o problema não é apenas o que é permitido ou proibido, mas sim a mentalidade de quem
recebe esse pequeno poder. Em vez de usá-lo para proteger a própria experiência online, muitos o utilizam para forçar a punição dos outros enquanto se eximem de qualquer responsabilidade.
"Não é preciso cometer um crime para destruir alguém. O tribunal das redes não julga com justiça, mas com conveniência. Canceladores escolhem seus alvos, militam apenas contra o que é criminalizado e se esquecem de que crueldade, linchamento e humilhação, por mais 'aceitáveis' que pareçam, deixam marcas muito maiores do que muitos crimes. A verdade é que o ódio disfarçado de justiça sempre encontra uma nova vítima—até que seja você."
A verdade é dura: O "aceitável" hoje é definido por quem grita mais alto, não pelo que é justo. O certo e o errado já não importam, apenas quem tem mais força para impor sua narrativa. Se as pessoas fossem tão críticas consigo mesmas quanto são com os outros, o mundo certamente seria menos hipócrita. Mas, infelizmente, muitos ainda preferem fechar os olhos para essa realidade e continuar perpetuando a hipocrisia.