Thomas W. Lawson: O magnata excêntrico que fixou a superstição da "Sexta-Feira 13"
A superstição sobre a sexta-feira 13, um dia que para muitos representa azar, tem raízes profundas na história. Contudo, uma das figuras que ajudou a perpetuar essa crença na modernidade foi o excêntrico financista americano Thomas W. Lawson. Conhecido por suas manipulações financeiras e pelo lançamento do livro Sexta-feira 13, Lawson associou essa data à tragédia e à desgraça, tornando-a uma parte mais visível da cultura popular. Este resumo explora a vida e o legado de Lawson, o impacto de suas ações financeiras e como ele influenciou a superstição moderna.
O surgimento da superstição da Sexta-feira 13
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Embora a superstição da sexta-feira já fosse antiga, com raízes no cristianismo, que associava o dia à crucificação de Jesus, e no número 13, que remetia à Última Ceia, foi o romance Sexta-feira 13, de Lawson, que consolidou essa data na consciência popular moderna. No livro, o protagonista é um corretor da bolsa de Wall Street que escolhe a sexta-feira 13 para se vingar de seus inimigos, manipulando o mercado de ações e causando sua queda.
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O lançamento do livro coincidiu com eventos que pareciam reforçar a maldição do dia. Em 13 de dezembro de 1907, poucos meses após a publicação do romance, o navio Thomas W. Lawson, encomendado por ele, afundou, criando um grande desastre ecológico.
O ascenso de Thomas W. Lawson
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Nascido em 1857, em Charlestown, Massachusetts, Lawson teve uma infância difícil após perder o pai. Desde cedo, se dedicou ao mundo das finanças, tornando-se um habilidoso corretor de ações. Sua ascensão ao topo foi marcada pela especulação, sendo considerado um dos "barões ladrões" da Era Dourada dos Estados Unidos, período em que grandes empresários enriqueceram à custa de práticas questionáveis.
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Seus investimentos, especialmente no mercado de cobre, o tornaram milionário, mas também o fizeram alvo de críticas devido às suas estratégias de manipulação do mercado, como no caso da criação da Amalgamated Copper Mining Company. Esse conglomerado foi uma tentativa de monopolizar a indústria do cobre, embora tenha sido uma operação de fachada para adquirir a Anaconda Copper Company.
De especulador a reformista
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Após acumular riqueza, Lawson começou a ser criticado por suas práticas financeiras, o que o levou a mudar sua postura. Em 1906, ele publicou Finanças Frenéticas, uma série de artigos que denunciavam as manipulações financeiras nas quais esteve envolvido, incluindo subornos e manipulação de ações. No livro, ele criticava a corrupção de Wall Street e propunha reformas para o mercado financeiro.
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Seu trabalho como reformista foi recebido com desconfiança tanto pelos seus ex-colegas quanto pelo público, que o via como um traidor de seus próprios princípios. Lawson também continuou suas tentativas de chamar atenção para as falhas do sistema financeiro com o lançamento de seu romance Sexta-feira 13 em 1907, que se tornou um marco em sua tentativa de reformar o mercado.
Declínio e Legado
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Na década de 1920, Lawson viu sua fortuna desmoronar. Suas dívidas aumentaram a ponto de ser forçado a vender suas propriedades, incluindo o luxuoso complexo Dreamworld em Sciutate, Massachusetts. Ele morreu em 1925, pobre e marginalizado, mas seu legado foi preservado. Alguns lembram de seu gênio financeiro, enquanto outros elogiam suas tentativas de reformar Wall Street, embora seu esforço tenha sido em grande parte infrutífero.
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Curiosamente, Lawson também deixou um legado inesperado: um modelo de sofá, projetado por ele, que ainda é popular nos Estados Unidos. Seu nome permanece associado à superstição da sexta-feira 13, à manipulação financeira e a um movimento reformista que nunca obteve o reconhecimento desejado.
Thomas W. Lawson foi uma figura complexa, que, ao longo de sua vida, transitou de especulador e manipulador financeiro a reformista e escritor. Seu legado está marcado por suas ações controversas no mercado financeiro e pela fixação da superstição da sexta-feira 13, um fenômeno que, ainda hoje, permanece enraizado na cultura popular. Seu esforço para melhorar o sistema financeiro, embora em grande parte ignorado em sua época, faz dele uma figura histórica cujas contribuições, tanto para o mundo dos negócios quanto para a literatura, são inegáveis.