Impactos da IA no comportamento de jovens: A preocupação de Eric Schmidt(Ex-CEO do Google) sobre "Namoradas virtuais"
No final de novembro de 2024, o ex-CEO do Google, Eric Schmidt, fez um alerta sobre o impacto crescente da inteligência artificial (IA) na vida dos jovens, particularmente na geração Z. Durante uma entrevista no podcast The Prof G Show, Schmidt ressaltou um comportamento cada vez mais comum entre meninos da geração mais jovem: a substituição de mulheres reais por namoradas criadas com IA. Esse fenômeno, de acordo com ele, pode ter sérias consequências para a saúde mental dos adolescentes.
O comportamento de substituição das mulheres por IA
Schmidt observou que muitos jovens recorrem a chatbots e outras formas de IA generativa para criar o "par romântico perfeito". Esse comportamento não se limita apenas aos meninos, mas é mais prevalente entre eles, em parte devido a um nível de educação mais baixo em comparação com as meninas da mesma faixa etária, conforme apontam algumas pesquisas.
- Motivo: A busca por um relacionamento sem conflitos e com apoio imediato, algo que a IA pode proporcionar.
- Consequência: Criação de uma obsessão, onde o jovem se afasta da realidade, gerando isolamento e desconexão emocional.
Impactos negativos na saúde mental
De acordo com o ex-CEO, a obsessão por namoradas criadas por IA pode afetar profundamente a saúde mental dos jovens. Muitos deles, que já enfrentam dificuldades de socialização e problemas de solidão, acabam sendo mais vulneráveis aos efeitos negativos dessa relação virtual.
- Preocupação: Jovens se tornam cada vez mais desconectados da realidade, em grande parte devido à influência das redes sociais e da falta de discernimento para lidar com os conteúdos, sejam bons ou ruins.
- Risco maior: A exposição precoce a conteúdos potencialmente prejudiciais pode ter um impacto significativo no desenvolvimento emocional e social dos adolescentes.
A regulação da IA e a necessidade de ações concretas
Schmidt também comentou sobre a necessidade urgente de mudanças nas leis nos Estados Unidos, principalmente em relação à responsabilização das empresas de tecnologia pelos conteúdos postados em suas plataformas.
- Exemplo de Tragedia: O caso de Sewell Setzer III, um garoto de 14 anos que, após um relacionamento virtual com um chatbot, acabou tirando a própria vida após meses de mensagens obsessivas e perturbadoras. A mãe do adolescente entrou com um processo contra a empresa desenvolvedora do bot por não alertar sobre os comportamentos suicidas do filho.
Responsabilidade dos pais e da Sociedade
Além das mudanças nas leis, Schmidt também pediu que os pais se tornem mais vigilantes em relação às atividades online de seus filhos. De acordo com ele, as empresas não conseguem garantir a proteção contra conteúdos prejudiciais, o que torna fundamental o papel ativo dos responsáveis.
- Sugestão: Pais devem supervisionar de perto o uso de tecnologia por seus filhos, para evitar que eles se envolvam com conteúdos manipulativos ou prejudiciais que possam surgir nas redes sociais.
A crescente dependência de tecnologias como chatbots e IA generativa para criar relacionamentos virtuais está afetando de maneira profunda a saúde mental dos jovens, especialmente os meninos da geração Z. Embora a IA possa oferecer uma sensação de companhia e apoio, ela também cria um ciclo de obsessão e desconexão da realidade. A mudança na regulamentação das plataformas e a vigilância dos pais são essenciais para proteger as novas gerações de conteúdos manipulativos e de consequências psicológicas devastadoras.