Muralhas dgitais no Brasil: Segurança ou hipervigilância?
O conceito de "muralha digital" tem se tornado uma realidade em várias cidades brasileiras, integrando tecnologias como câmeras de monitoramento, inteligência artificial (IA) e equipes de segurança para combater a criminalidade. No entanto, enquanto as "muralhas" são vistas como um avanço na segurança pública, levantam preocupações sobre vigilância excessiva e privacidade.
O que são as Muralhas Digitais?
Esses sistemas utilizam:
- Câmeras: Instalação em pontos estratégicos para monitorar entradas de cidades, ruas e até locais turísticos.
- Reconhecimento de placas e facial: Leitura automática de veículos e identificação de suspeitos.
- IA e monitoramento: Detectam comportamentos incomuns e padrões de atividades suspeitas.
- Integração de forças: Compartilhamento de dados entre forças de segurança municipais e estaduais.
Esses elementos têm sido fundamentais na redução de crimes, como recuperação de carros roubados e prisão de foragidos.
Resultados alcançados
Exemplo de São Paulo
Resultados no Estado de SP | Números (2024) |
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Carros roubados recuperados | 107 |
Detenções com uso de tecnologia | 19,3 mil |
Câmeras instaladas | 10 mil |
Em Curitiba, a Defesa Civil também usa essas tecnologias para responder a emergências, como alagamentos, além de monitorar eventos de grande porte.
Benefícios e reduções de custos
As secretarias de segurança pública destacam:
- Precisão e eficiência: Redução no tempo de resposta e maior precisão nas operações.
- Custo-benefício: Menor necessidade de agentes e viaturas.
O sistema proporciona mapeamento detalhado de áreas com altos índices de criminalidade, permitindo a ação rápida em situações críticas.
Preocupações e críticas
Especialistas em direitos humanos e privacidade expressam preocupações:
- Hipervigilância: Há uma normalização do monitoramento constante, o que gera desconforto entre a população.
- Tecnologias com falhas: IA e reconhecimento facial podem ser enviesados, com erros de classificação, especialmente em relação a pessoas negras.
- Privacidade: Dados sensíveis podem ser acessados por empresas privadas, sem garantias adequadas de anonimização.
Ativistas alertam sobre o risco de o Estado se tornar mais autoritário, controlando informações centralizadas.
As muralhas digitais, apesar de aumentarem a segurança, levantam questões complexas sobre privacidade e controle social. É necessário um debate mais amplo sobre o uso dessas tecnologias, garantindo que os direitos fundamentais da população sejam respeitados, enquanto se combate a criminalidade de forma eficaz.