Mais da metade dos brasileiros lutam contra inadimplência: Menos da metade fecha as contas no azul
A pesquisa da Serasa Experian revela um quadro preocupante que vai além dos empresários e impacta também a população em geral. O levantamento mostra que menos da metade dos empresários brasileiros conseguem manter suas contas pessoais e empresariais em ordem, mas os fatores que levam a essa situação refletem na vida de muitos brasileiros, de diferentes perfis socioeconômicos.
Inadimplência generalizada
Tanto para os empresários quanto para o público em geral, a inadimplência é uma realidade crescente no Brasil. O estudo aponta que 42,3%
dos empresários conseguem manter suas contas pessoais (CPF) e empresariais (CNPJ) no azul, enquanto uma parcela significativa da população também enfrenta dificuldades para pagar suas dívidas. A inadimplência atinge cerca de 21,3%
dos empresários, o que não difere muito da inadimplência do consumidor brasileiro como um todo.
- Inadimplência do consumidor: O levantamento revela que 55% das dívidas dos consumidores ocorrem fora do sistema financeiro, como em compras de varejo e serviços. Isso afeta diretamente as empresas, que dependem desses pagamentos para manterem suas atividades. Quando o consumidor deixa de pagar, a empresa também sofre, criando um ciclo vicioso de inadimplência.
Impacto dos juros elevados na vida das pessoas
O aumento contínuo das taxas de juros no Brasil tem um efeito devastador não apenas nas empresas, mas também na vida das pessoas. Com os juros altos, fica mais caro obter crédito, o que afeta as famílias que dependem de empréstimos para adquirir bens ou pagar despesas emergenciais. Para muitos brasileiros, o acesso ao crédito é essencial, mas com o custo elevado, pagar por esses empréstimos se torna cada vez mais difícil, levando ao endividamento.
- Efeito direto no custo de vida: Com os juros altos, o custo de produtos e serviços aumenta, já que as empresas repassam essas despesas para os consumidores. Isso impacta diretamente o poder de compra da população, principalmente as classes mais baixas, que sentem o aumento de preços em itens essenciais, como alimentos e combustíveis.
Dificuldades econômicas para pequenas e médias empresas (PMEs) e a população
As PMEs, que representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, enfrentam dificuldades crescentes para acessar crédito. Essas empresas, que geram empregos e movimentam a economia local, sofrem com o aumento da inadimplência e as dificuldades financeiras. E, como consequência, a população que depende desses empregos ou do fornecimento de produtos e serviços das PMEs também é afetada.
- Dificuldade de acesso a crédito: As PMEs estão tendo mais dificuldades para conseguir empréstimos, e os que conseguem são a juros altos. Isso afeta diretamente o funcionamento dessas empresas, que acabam cortando custos, incluindo empregos, o que gera mais desemprego e afeta a renda de muitas famílias.
Fim de ano com consumo elevado, mas preocupações persistem
A pesquisa aponta que, tradicionalmente, há um aumento no consumo com a chegada do fim de ano, o que poderia trazer algum alívio temporário para a economia. No entanto, esse fôlego pode ser curto, já que a previsão é que as taxas de juros continuem subindo até o início de 2025. Para as famílias brasileiras, isso significa que, mesmo com o aumento do consumo em festividades, a dificuldade de quitar dívidas e manter as contas em dia vai persistir.
A relação entre empresa e sócio nas finanças pessoais
No caso de muitos empresários, a saúde financeira pessoal e empresarial está interligada. Quando a empresa enfrenta dificuldades, o sócio muitas vezes acaba utilizando recursos pessoais para mantê-la funcionando, o que pode levar ao endividamento pessoal. Da mesma forma, quando as finanças pessoais não estão equilibradas, isso pode afetar a gestão da empresa. Esse ciclo de inadimplência também pode ocorrer com qualquer brasileiro que tenta conciliar várias dívidas pessoais e compromissos financeiros.
A situação financeira no Brasil é preocupante e afeta tanto os empresários quanto a população em geral. O aumento da inadimplência, os juros elevados e a dificuldade de acesso ao crédito criam um cenário em que é cada vez mais difícil fechar o mês com as contas em dia. Para o público, o impacto se traduz em dificuldades para consumir, pagar dívidas e lidar com o aumento do custo de vida. Já para os empresários, especialmente as PMEs, o desafio está em manter as empresas funcionando em meio a uma economia fragilizada, o que também afeta o mercado de trabalho e a renda das famílias brasileiras.