Perspectivas econômicas para a América Latina em 2025: Três questões-chave
A economia da América Latina em 2025 será influenciada por fatores externos e internos, cujas decisões impactam diretamente as perspectivas econômicas da região. Este resumo explora as três questões centrais que moldarão o cenário: as políticas de Donald Trump nos Estados Unidos, a desaceleração econômica da China e os desafios internos enfrentados pelas maiores economias latino-americanas.
1. Decisões de Donald Trump e impactos econômicos
A volta de Donald Trump à presidência dos EUA, em janeiro de 2025, traz incertezas significativas para a América Latina, especialmente devido a possíveis medidas protecionistas e políticas de imigração.
- Políticas tarifárias: Trump propôs tarifas de 25% para produtos mexicanos e canadenses e de 10% para produtos chineses. Caso implementadas, essas medidas poderiam prejudicar os parceiros comerciais e desestabilizar investimentos, afetando especialmente setores estratégicos como aço, alumínio e agricultura.
- Efeitos no investimento: Empresas americanas com planos no México, por exemplo, estão adiando projetos devido à incerteza sobre as políticas de Trump. Esse ambiente instável pode atrasar o desenvolvimento econômico regional.
- Repercussões globais: Se os EUA e a China intensificarem uma guerra comercial, a América Latina, altamente dependente de ambos, enfrentará desafios consideráveis.
2. A desaceleração econômica da China
A China, maior compradora de matérias-primas latino-americanas, está enfrentando um período de desaceleração econômica, com reflexos diretos para a região.
- Demanda por matérias-primas: A redução do consumo chinês, somada à crise imobiliária no país, afeta a exportação de soja, aço e cobre, produtos essenciais para várias economias latino-americanas.
- Possíveis estímulos econômicos: Especialistas esperam que o governo chinês implemente subsídios e estímulos fiscais para sustentar o crescimento. Essas medidas podem aumentar temporariamente a demanda por produtos da América Latina.
- Efeito cascata: Caso uma guerra comercial entre EUA e China se intensifique, os mercados latino-americanos podem sofrer tanto com a redução das exportações para a China quanto com a instabilidade no comércio com os EUA.
3. Desafios internos das economias latino-americanas
No plano doméstico, as maiores economias da região enfrentam obstáculos como inflação, baixo crescimento e alta desigualdade.
- Crescimento econômico modesto: Apesar da previsão de crescimento de 2,5% para 2025, especialistas alertam que este ritmo é insuficiente para reduzir a pobreza e a desigualdade estrutural.
- Inflação e taxas de juros: Embora a inflação esteja em queda na maioria dos países, ainda está acima do ideal. No Brasil, a alta da Selic reflete os desafios para controlar preços e estimular a economia.
- Políticas fiscais: Governos como o de Lula no Brasil e Sheinbaum no México enfrentam limitações orçamentárias e pressões para equilibrar demandas sociais com ajustes fiscais. A alta informalidade no trabalho e as disparidades de gênero nos mercados laborais complicam ainda mais o cenário.
- Dívida pública e arrecadação: A dificuldade em aumentar a arrecadação limita a capacidade de investimento público, agravando os problemas econômicos de longo prazo.
A América Latina enfrenta um 2025 marcado por desafios complexos e interconectados. A volatilidade das políticas de Donald Trump nos EUA, a desaceleração da economia chinesa e os desafios internos exigem respostas rápidas e eficazes. Embora haja sinais de recuperação, como a queda gradual da inflação, a região precisa de estratégias mais inclusivas para alcançar um crescimento sustentável. O sucesso dependerá da capacidade de seus líderes em navegar pelas incertezas externas e implementar reformas estruturais que fortaleçam suas economias.