O preço da destruição: A natureza cobrando a fatura do homem como algoz da crise climática
A crise climática no Brasil tem se intensificado nos últimos anos, afetando drasticamente o meio ambiente e a população. Entre 2013 e 2022, 93% das cidades brasileiras sofreram com eventos climáticos extremos, e 4,2 milhões de pessoas tiveram que abandonar suas casas em 47% dos municípios. Este artigo, escrito por Marco Rocha, pesquisador e professor da Universidade Estácio de Sá, analisa as causas, consequências e urgência de ações concretas para enfrentar essa crise.
Principais Pontos e Relevância
Eventos Climáticos Extremos:
- Afetação Generalizada: 93% das cidades brasileiras foram impactadas por eventos climáticos entre 2013 e 2022.
- Deslocamento Populacional: 4,2 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em 47% dos municípios.
Impacto Econômico e Social:
- Destruição de Habitações: Mais de R$ 26 bilhões em prejuízos relacionados à habitação.
- Dados Regionais: A região mais afetada teve 46,8% de suas cidades atingidas, com 1 milhão de locais danificados e mais de 54 mil destruídos, totalizando prejuízos de R$ 4 bilhões.
Aumento das Emissões de Gases do Efeito Estufa:
- Crescimento das Emissões: Aumento de 40% nas emissões brutas de gases do efeito estufa entre 2019 e 2022.
- Principais Fontes: Desmatamento e transformação do uso do solo (52%) e agropecuária (27%).
Políticas e Governança Ambiental:
- Retrocesso nas Políticas Ambientais: Revogação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia.
- Legislação Anti-Ambiental: Aprovação de leis que afetam negativamente a preservação ambiental, como a Lei 14.701 (Marco Temporal) e a Lei 14.785 (liberação de agrotóxicos).
Impactos de Fenômenos Naturais: - Eventos Recorrentes: Ciclones, enchentes e ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes, com exemplos específicos em 2022.
A crise climática no Brasil é uma realidade inegável e urgente. Os eventos climáticos extremos, o deslocamento populacional massivo e os enormes prejuízos econômicos e sociais são evidências claras da necessidade de mudanças profundas nas políticas ambientais. A governança ambiental precisa ser fortalecida, com um compromisso sério em relação à mitigação de danos, preservação dos ecossistemas e redução das emissões de gases do efeito estufa. Somente com ações concretas e coordenadas, envolvendo todos os setores da sociedade, será possível enfrentar a crise climática de maneira eficaz e sustentável.